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ANGAS DE BHAKTI

(PRINCÍPIOS ou FUNDAMENTOS)

 

EXTRAÍDO DOS CAPÍTULOS  DO JAIVA DHARMA DE SRILA BHAKTIVINODA THAKUR

 

JAIVA DHARMA EM PORTUGUÊS PARA DOWNLOAD

 

ANGAS BÁSICOS

 

NONO DASA MULA

Srutih krsnakhyanam smarana-nati-puja-vidhi-ganah tatha dasyam sakhyam paricaranam apy atma-dadanam navangany etaniha vidhi-gata-bhakter anudinam bhajan Sraddha-yuktah suvimala-ratim vai sa labhate

 

‘Uma pessoa deve executar bhajana dos nove processos de vaidhi-bhakti, a saber, ouvir, cantar, lembrar, oferecer orações, adorar, servir os pés de lótus de Krsna, agir como servo de Krsna, tornar-se Seu amigo, e render-se completamente a Ele. Desta maneira, aquele que com fé pratica bhajana constantemente, certamente alcança o krsna-rati puro.’

 

Sravanam, kirtanam, smaranam, vandanam, pada-sevanam, arcanam, dasyam, sakhyam e atma-nivedanam: aqueles que diariamente praticam estes nove processos de vaidhi-bhakti com fé alcançam amor puro por Sri Krsna.

 

SRAVANAM

 

O ouvir (Sravana) acontece quando as descrições transcendentais do santo nome, forma, qualidades e passatempos de Krsna entram em contato com os ouvidos. Há dois estágios de Sravana.

 

O primeiro estágio é ouvir as descrições das qualidades de Krsna na associação de Suddha-bhaktas antes de desenvolver Sraddha. Este tipo de Sravana cria fé, de forma que desenvolve um forte desejo de ouvir Sri-krsna-nama e Suas qualidades.

 

Após alguém ter desenvolvido tal fé, ouve os nomes transcendentais e qualidades de Krsna com grande avidez de Sri Guru e Vaisnavas, que é o segundo tipo de Sravana. Sravana é um dos processos de Suddha-bhakti, e Sravana no estado aperfeiçoado é manifesta como o resultado de ouvir do guru e dos Vaisnavas no estágio de prática espiritual. Sravana é o primeiro anga de bhakti.

 

KIRTANA

 

Kirtana acontece quando Sri-hari-nama e as descrições de Sua forma, qualidades e passatempos entram em contato com a língua.

 

 Há muitas variedades de kirtana, tais como falar sobre os passatempos de Krsna, descrever Sri- krsna-nama, leitura dos Sastras para os outros, atrair outros para Krsna ao cantar sobre Ele, proferir orações para invocar Sua misericórdia, proclamar Suas glórias para outros, cantar bhajanas e orar para a Deidade, oferecer orações e assim por diante.

 

Kirtana é descrito como superior a todos os outros nove angas de bhakti, e isto é especialmente verdadeiro em Kali-yuga, quando somente kirtana pode conceder auspiciosidades para todos. Isto é declarado nos Sastras:

 

dhyayan krte yajan yajñais tretayam dvapare `rcayan

yad apnoti tad apnoti kalau sankirtya keSavam

Padma Purana, Uttara-khanda (72.25)

 

‘Tudo que era alcançado na Satya-yuga por meditação, na Treta-yuga por execução de yajña, e na Dvapara-yuga por adorar os pés de lótus de Krsna, também é obtido na era de Kali simplesmente por cantar e glorificar Sri Kesava.’

 

Nenhum outro método purifica o coração efetivamente tanto quanto hari-kirtana. Quando muitos devotos reali-am kirtana juntos, isto é chamado sankirtana.

 

SMARANAM

 

Lembrar dos nomes, forma, qualidades e passatempos de Krsna é chamado smaranam, o qual há cinco tipos.

Smaranam é a contemplação de algum assunto que foi ouvido previamente ou experimentado. Dharana significa fixar a mente em algum objeto particular e afastá-lo de outros ob­jetos. Dhyanam significa meditar em uma forma específica. Quando dhyanam é contínua como o fluxo da corrente de um precioso óleo, ela é chamada dhruvanusmrti, e samadhi é o estado no qual uma pessoa está alheia a realidade exter­na, e somente consciente dos objetos da meditação em seu coração.

 

Sravanam, kirtana e smaranam são os três principais angas de bhakti, pois todos os outros angas estão incluídos dentro deles, e destes três angas, kirtana é o melhor e o mais importante, porque Sravanam e smaranam podem ser incluídos nele.

 

 

De acordo com o Srimad-Bhagavatam (7.5.23):

Sravanam kirtanam visnoh smaranam pada-sevanam

arcanam vandanam dasyam sakhyam atma-nivedanam

‘Ouvir e cantar sobre o nome, forma e as qualida­des transcendentais de Sri Visnu, e assim por diante; lembrar-se delas; servir Seus pés de lótus; adorá-Lo com dezesseis tipos de parafernália; oferecer orações a Ele; tornar-se Seu servo; adotar o humor de ami-

zade com Ele; render tudo a Ele (em outras palavras, servi-Lo com o corpo, mente e palavras) – estes nove são aceitos como Suddha-bhakti.’

 

PADA-SEVA OU PARICAYA

 

O quarto anga de bhakti é realizar serviço (pada-seva ou paricaya). Pada-seva deve também ser realizado jun­to com Sravanam, kirtana e smaranam. Deve-se realizar pada-seva com uma atitude humilde, entendendo que não está qualificado para o serviço. Também é essencial realizar que o objeto do serviço é sac-cid-ananda, a personificação de eternidade, conhecimento e bem-aventurança. Pada-seva inclui ver a forma da face da Deidade de Sri Krsna, tocá-La, circungirá-La, segui-La e visitar locais sagrados como o templo de Sri Bhagavan, o rio Ganga, Jagannatha Puri, Dvaraka, Mathura, Navadvipa e assim por diante.

SrilaRupa Gosvami apresentou isto de um modo muito cla­ro e vívido em sua descrição dos sessenta e quatro angas de bhakti. O serviço a Sri Tulasi e Suddha-bhaktas também estão incluídos neste anga.

 

ARCANA

 

O quinto anga é adoração (arcana). Há muitas con­siderações relacionadas a qualificação e métodos de adora­ção. Se a pessoa é atraída pelo caminho de arcana, mesmo após estar ocupado em Sravanam, kirtana e smaranam, ela deve realizar arcana após aceitar apropriadamente diksa-mantra de Sri Gurudeva.

Vrajanatha: Qual é a diferença entre o nama e o mantra?

Babaji: O nome de Sri Hari é a vida e a alma do mantra. Os rsis têm adicionado palavras tais como namah (reverências) para Sri-hari-nama, e revelaram seu poder es­pecífico. Sri-hari-nama por natureza nada tem a ver este mundo material, enquanto a jiva, por causa de suas várias designações corpóreas supridas por maya, é iludida pelos objetos compostos de matéria morta. Consequentemente, a fim de afastar a mente das jivas dos objetos dos senti­dos, diferentes princípios de arcana foram estabelecidos no caminho do serviço devocional regulado (maryada-marga). É essencial para as pessoas materialistas aceitarem diksa. Quando alguém canta o Krsna mantra, siddha-sadhya-su­siddha-ari não são considerados[1].

Iniciação no cantar exclusivo do Krsna mantra é extremamente benéfico para a jiva, pois de todos os dife­rentes mantras neste mundo, o krsna-mantra é o mais po­deroso. Um discípulo genuíno recebe força de Krsna ime­diatamente quando um mestre espiritual fidedigno inicia-o

neste mantra. Após a iniciação, Gurudeva educa o discípulo inquisitivo com relação à prática de arcana. Em resumo,

arcana-marga inclui observar o dia do aparecimento de Krsna, jejuar no mês de Karttika, observar EkadaSi, ba-

nhar-se no mês de Magha, e outras atividades semelhantes. Deve-se compreender que certamente é preciso adorar os bhaktas de Krsna, bem como o próprio Krsna no caminho de arcana.

 

VANDANAM

 

O sexto anga de vaidhi-bhakti é oferecer orações e reverências (vandanam). Isto é incluído como parte de pada-seva e kirtana, mas isto é ainda considerado como um anga separado de bhakti. Ekanga-namaskara em si é chama­do de vandanam. Ekanga-namaskara e prestar reverências com as oito partes do corpo tocando o chão (astanga-namas­kara) são dois tipos de namaskara. É considerado ofensivo oferecer reverências com somente uma das mãos tocando o chão; oferecer reverências quando o corpo está coberto com tecido; oferecer reverências atrás da Deidade; oferecer prostradas reverências com o corpo apontando para a Deidade ou com o lado direito em direção a Deidade e por ofe­recer reverências no garbha-mandira (sala da Deidade).

 

 

DASYAM

 

 Executar serviço (dasyam) é o sétimo anga de bhakti. “Eu sou o servo de Krsna” – este ego ou concepção do eu é dasyam, e bhajana realizado com o sentimento de um servo é o mais elevado bhajana. Dasyam inclui oferecer reverên­cias, recitar orações, oferecer todos os tipos de atividades, servir, manter conduta apropriada, lembrar-se e obedecer as ordens (katha-Sravanam).

 

SAKHYAM

 

O oitavo anga de bhakti é servir como um amigo (sakhyam), que inclui o humor amigável em relação a Krsna com atividades para o Seu bem-estar. Há dois tipos de

sakhyam: amizade em vaidhi-bhakti e amizade em raganuga- bhakti, mas o Sloka de Sri Prahlada refere-se a vaidhanga-sakhyam; por exemplo, o sentimento de sakhyam enquanto serve a Deidade é vaidha-sakhyam.

 

ATMA-NIVEDANAM

 

O nono anga é conhecido como atma-nivedanam, que significa oferecer-se completamente – corpo, mente e o atma puro – para Sri Krsna. As características de atma-nivedanam são esforços exclusivos para Krsna; e ausência de atividades com interesse separado. É também característica de atma-nivedanam que a pessoa deve viver para  servir o desejo de Krsna, e manter seus desejos subordi­nados aos desejos dEle, assim como uma vaca que ao ser comprada não se preocupa com sua própria manutenção. štma-nivedanam em vaidhi-bhakti é descrito no Srimad- Bhagavatam (9.4.18-20), como segue:

 

sa vai manah krsna-padaravindayor

vacamsi vaikuntha-gunanuvarnane

karau haer mandira-marjanadisu

Srutim cakaracyuta-sat-kathodaye

 

‘Ambarisa Maharaja ocupou sua mente em servir os pés de lótus de Sri Krsna, suas palavras para descre­ver as qualidades de Sri Bhagavan, suas mãos para limpar o templo de Sri Hari, e seus ouvidos em ouvir os passatempos jubilosos de Acyuta.’

 

mukunda-lingalaya-darSane drSau tad-bhrtya-gatra-sparSe `nga-sangamam ghranam ca tad-pada-saroja-saurabhe Srimat-tulasyam rasanam tad-arpite

 

‘Ele ocupou seus olhos para ver a Deidade de Mu­kunda, diferentes templos, e os locais sagrados; todos os membros de seu corpo em tocar os corpos dos

bhaktas de Krsna; suas narinas em cheirar o aroma divino de tulasi oferecida aos pés de lótus de Krsna; e sua língua em saborear a prasada oferecida a Bhagavan.’

 

padau hareh ksetra-padanusarpane Siro hrsikeSa-padabhivandane kamam ca dasye na tu kama-kamyaya

yahottama-Sloka-janaSraya ratih

 

‘Seus pés eram sempre ocupados em caminhar nos locais sagrados de Bhagavan, e ele prestava reverên­ciasaospésdelótusde Sri Krsna. AmbarisaMaharaja oferecia guirlandas, sândalo, bhoga e parafernália si­milares no serviço a Bhagavan, não com o desejo de desfrute, mas para receber o amor de Sri Krsna que está presente em Seus Suddha-bhaktas.’

 

 

64 ANGAS DE BHAKTI

DESCRITOS POR SRI RUPA GOSVAMI

Capitulo 20 – pag. 579

 

 

Babaji sorriu e disse: “Primeiro ouçam atentamente. Recitarei os 64 angas de bhakti, como foram descritos por Sri Rupa Gosvami, os primeiros dez são os angas preliminares básicos:

 

1.  Aceitar abrigo aos pés de lótus de Sri Guru (guru-padasraya);

É essencial receber siksa de Sri Gurudeva a respeito de sambandha-jñana (relacionamento com Krsna), abhidheya-jñana (o processo do serviço devocional) e prayojana-jñana (a meta última).

 

Quando o discípulo está qualificado para a prática de krsna-bhakti pura, ele deve abrigar-se aos pés de Sri Guru, e ao se aproximar de um guru qualificado, ele aprenderá krsna-tattva. A jiva se qualifica para krsna-bhakti somente quando ela for digna de fé. Pela influência de atividades piedosas (sukrti) realizadas em nascimentos anteriores, ela ouvi hari-katha dos lábios dos sadhus, e desperta uma forte fé em Krsna. Isto é chamado sraddha. Junto com sraddha, a disposição para aceitar abrigo (saranagati) também aparece de alguma forma. Sraddha e saranagati são quase o mesmo tattva. O discípulo é qualificado para a bhakti exclusiva (ananya) se ele desenvolveu uma forte fé: “Certamente, krsna-bhakti é a melhor e a mais elevada meta a ser alcançada neste mundo. Portanto, aceitarei krsna-bhakti como meu dever e, com esse propósito farei o que for favorável, e rejeitarei todas as atividades que forem desfavoráveis. Krsna é o meu único protetor, e eu o aceito como meu guardião exclusivo. Sou muito mi­serável, desprovido e desventurado, meu desejo de indepen­dência não é benéfico para mim. Ao seguir exclusivamente o desejo de Krsna, isto será benéfico para mim sob todos os aspectos.”

 

Há dois tipos de guru: diksa-guru e siksa-guru. Alguém tem que aceitar diksa do diksa-guru; ao mesmo tempo, alguém tem que receber siksa concernente à arcana (adoração à Deidade). Há um diksa-guru, mas podem existir vários siksa-gurus. O diksa-guru também é competente para agir como siksa-guru. (capitulo 20 pag. 586)

 

 

2.  Receber iniciação e instruções de Sri Guru (guru-diksa e siksa);

3. Servir Sri Guru com fé (visvasa-purvaka guru-seva);

4. Seguir o caminho delineado pelos sadhus;

5. Indagar sobre sad-dharma ou os procedimentos do bhajana;

6. Renunciar todos os desfrutes dos objetos dos sen­tidos para Krsna;

7. Residir em dhamas, tais como Dvaraka, e próximo de rios sagrados tais como o rio Ganga e o rio Yamuna;

8. Aceitar dinheiro e outras facilidades apenas o sufi­ciente e necessário para sustentar vida;

9. Respeitar Ekadasi, Janmastami e outros dias rela­cionados a Hari;

10. Oferecer respeitos a asvattha, amalaki e outras árvores sagradas;

 

Os próximos dez angas adotam a forma de proibições:

 

11. Abandonar toda a associação daqueles que são aversos a Krsna;

12. Não aceitar pessoas sem qualificação como discípulos;

13. Renunciar esforços pretensiosos, tais como festi­vais pomposos, etc.;

14. Refrear a leitura e a recitação de muitos livros, e de fazer interpretações insólitas do sastra;

15. Evitar o comportamento mesquinho nos relacion­amentos práticos;

16. Não se influenciar por emoções, tal como lamen­tação;

17. Não desrespeitar ou blasfemar os semideuses – devatas;

18. Não molestar a nenhuma jiva;

Sri Krsna é muito rapidamente satisfeito com aquele que tem compaixão para com outras jivas, e que não causa a elas qualquer tipo de ansiedade através do corpo, mente e palavras. Compaixão é o dharma principal dos Vaisnavas. Capitulo 20 – pag. 597

 

19. Abandonar completamente as ofensas no seva (seva-aparadha) e no cantar de sri-hari-nama (nama-aparadha);

20. Não tolerar blasfêmias a Bhagavan e a Seus bhaktas.

 

Você deve entender que estes vinte angas são a entrada do templo de bhakti, e os três primeiros – abrigar-se aos pés de lótus de sri-guru, aceitar diksa e siksa do guru, e servi-lo com fé – são as atividades principais.

 

Depois disso são as seguintes:

Os demais quarenta e quatro angas estão incluídos nos vinte angas que eu acabo de descrever. Eles foram apresentados como angas diferentes para serem explicados em detalhes.

Os trinta angas desde o item 21 (aceitar os símbolos de um Vaisnava) até o item 50 (oferecer o que nos é mais querido para Krsna) estão incluídos no caminho da adoração (arcana) à Deidade:

 

 

21. Adotar os sinais externos (como tilaka) de um Vaisnava;

22. Usar as sílabas de sri-hari-nama no corpo;

23. Aceitar os remanentes de vestuários, guirlandas e outras coisas que tenham sido oferecidas a Deidade;

 

O Srimad-Bhagavatam (11.6.46) recomenda que nós aceitemos os remanentes da Deidade (nirmalya):

tvayopabhukta-srag-gandha-vaso-lankara-carcitah ucchistha-bhojino dasas tava mayam jayema hi

Ao usar os remanentes das guirlandas, pastas de sândalo (candana), roupas e jóias que foram usados por Você, e aceitar os remanentes de Seus alimentos, nós como Seus servos certamente seremos vitoriosos sobre Sua maya

 

24. Dançar em frente da Deidade;

25. Oferecer dandavat-pranama para Sri Guru, Vaisnava e Bhagavan;

26. Levantar-se respeitosamente ao receber o darsana de Hari, Guru e Vaisnavas e saudá-los;

27. Seguir a Deidade em procissão;

28. Visitar os templos de Sri Bhagavan;

29. Circumgirar (parikrama) o templo

30. Realizar a adoração da Deidade (puja e arcana);

31. Servir Sri Krsna como a um rei (paricarya);

32. Cantar;

33. Executar o canto congregacional dos santos nomes de Sri Krsna (Nama e nama-sankirtana);

34. Executar o japa dos gayatri-mantras nos três sandhyas, após fazer acamana;

35. Oferecer preces submissas e orações;

36. Recitar bhajanas ou mantras em louvor a Sri Krsna;

37. Saborear bhagavat-prasada;

38. Tomar sri-caranamrta (o néctar que lava os pés de lótus de Sri Krsna);

39. Cheirar a fragrância do incenso, guirlandas e ou­tras coisas oferecidas a Sri Krsna;

40. Tocar a Deidade;

41. Ver (darsana) sri murti com muita devoção;

42. Ter darsana do arati e de festivais, etc.;

43. Ouvir sobre os nomes, formas, qualidades, passa­tempos, e etc., de Sri Hari;

44. Aspirar sempre à misericórdia de Krsna;

45. Contemplação (smaranamn- dentro da mente) do nome, forma, qualidades e passatempos de Sri Krsna;

46. Meditação (Meditar completamente no nama, rupa, guna,lila de Krsna, e oferecer serviço na mente (manasi-seva).  

47. Servidão;

48. Amizade; ; (Há dois tipos de sakhyam: o que está baseado na fé (visvasa), e o que está baseado na atitude de amizade (maitri).

 

49.

).

 

 

 

49. Rendição (atma-samarpana);

O significado da palavra atma-nivedanam vem da palavra atma. Daí derivam os dois princípios do egoísmo da alma personificada, a saber, apego a dehi (possuidor do corpo) na forma de ahamta (conceito do eu) e apego ao deha (corpo) na forma de mamata (conceito de posse). atma-nivedanam significa oferecer estes dois princípios a Sri Krsna.

 

A jiva dentro do corpo é chamada dehi (cor­porificada) ou aham (eu). Agindo com a falsa concepção do “eu” é chamada dehi-nistha ahamta (atração por coisas conectadas com o corpo); e a consciência de posse do corpo ou coisas que estejam relacionadas a ele é chamada deha-nistha mamata (atracão por coisas conectadas com o corpo). Estes dois conceitos de ‘eu’ e ‘meu’ são ambos oferecidos a Krsna. atma-nivedanam significa renunciar a consciência de ‘eu’ e ‘meu’, e cuidar do corpo com a consciência: “sou um servo de Krsna, honro prasada de Krsna e utilizo meu corpo a serviço de Krsna.”

 

50. Oferecer a Krsna itens muito apreciados;

51. Executar sempre atividades para o prazer de Krsna;

52. Render-se completamente (saranagati) aos pés de lótus de Sri Krsna;

Aceitar abrigo completo (saranagati) significa expressar o sentimento mentalmente e em voz alta: “Ó Bhagavan, eu sou Seu!” (he bhagavan tavaivasmi!) e “Ó Bhagavan! Aceito Seu abrigo!” (he radhe! he krsna! tavaivasmi!).

 

53. Servir a Tulasi-devi;

 

Há nove maneiras de executar tulasi-seva: ter darsana de Tulasi, tocar Tulasi, lembrar-sede Tulasi, fazer kirtana de Tulasi, oferecer reverências a Tulasi, ouvir as glórias e passatempos de Tulasi, plantar Tulasi, cuidar de Tulasi, e fazer adoração (nitya-puja) diária à Tulasi.

 

54. Respeitar o Srimad-Bhagavatam e outros bhakti- sastras;

55. Ouvir e cantar as glórias do dhama de Sri Hari e Seus locais de Aparecimento, como Mathura, e cir­cungirá-los;

56. Servir aos Vaisnavas;

57. Celebrar os festivais relacionados a Sri Krsna em reunião com sadhus, de acordo com os meios;

58. Observar o voto de caturmasya e especialmente niyama-seva no mês de Karttika;

59. Celebrar o festival do dia do Aparecimento de Sri Krsna;

60. Sraddhaya sri-murtir sevana – servir a Deidade com fé;

61. Bhagavat-sravana – apreciar o significado do Srimad-Bhagavatam na associação de rasika Vaisnavas;

 

O Srimad-Bhagavatam é o mais doce rasa da árvore dos desejos dos Vedas. Pela associação com pessoas aversas ao rasa, alguém será incapaz de saborear o Srimad- Bhagavatam e o resultado será aparadha. A pessoa deve saborear o rasa dos slokas do Srimad-Bhagavatam na asso­ciação daqueles que são rasa-jña, que são versados, e estão bebendo este rasa, e que são qualificados para suddha-bhakti. Falar ou ouvir o Srimad-Bhagavatam em reuniões comuns não irá conceder bhakti pura.

62. Sadhu-sanga – associar-se com bhaktas que possuem o mesmo humor, que são afetuosos, e mais avançados do que nós (svajatiya-susnigdha-sadhu-sanga);

 

A associação com abhaktas (não-devotos) em nome de sat-sanga não irá trazer elevação em bhakti. A meta que os bhaktas desejam é obter o serviço na lila imanifesta (aprakrta) de Krsna, e aquele que tem este desejo deve ser reconhecido como um bhakta. A elevação em bhakti surge da associação com membros deste grupo de bhaktas que são mais avançados. Sem esta sanga, o desenvolvimento de bhakti pára, e adquire-se a natureza da classe da pessoa com a qual se tem sanga. Em relação à sanga o Hari-bhakti-sudhodyaya(8.51) diz:

 

yasya yat-sangatih pumso manivat syat sa tad-gunah sva-kularddhye tato dhiman sva-yuthany eva samsrayet

Do mesmo modo como uma jóia reflete as cores dos objetos ao redor dela, similarmente, a natureza de uma pessoa torna-se semelhante à daqueles com quem ela se associa.

Por isso, a pessoa somente se torna um sadhu puro pela associação com sadhus puros. Sadhu-sanga (a associa­ção de bhaktas avançados) é benéfica de todas as maneiras. Quando o sastra aconselha que se deve estar livre de companhia mundana, o significado é que se deve associar com sadhus.

 

63. Nama-sankirtanam – cantar krsna-nama congre­gacionalmente em voz alta;

 

Nama é aprakrta-caitanya-rasa (um estado de doçura transcendental), e dentro do nama não há nenhum vestígio de consciência mundana. Quando a jiva devotada se purifica através de bhakti e oferece serviço a sri-hari-nama, sri-nama pessoalmente manifesta-se em sua língua. Nama não pode ser abtido com sentidos materiais. Assim é como deve ser realizado incessantemente nama-sankirtana, sozinho ou acompanhado.

 

64. Mathura-vasa – residir em dhamas, como Mathura e Vrndavana.

 

ESTES CINCO ÚLTIMOS SÃO OS MAIS EXALTADOS ANGAS

 

Entre os 64 angas, estes cinco últimos são os mais exaltados. Ao se estabelecer mesmo uma leve co­nexão com estes angas e manter-se distante das ofensas, então o estado de bhava se manifestará devido à influência maravilhosa e ilimitada destes.

 

o principal fruto de todos estes angas é desenvolver atração por Krsna. Todas as atividades de uma pessoa que é esclarecida e experta em bhakti, deve estar dentro dos angas de bhakti, e não dentro dos angas de karma. A prática do conhecimento (jñana) e renúncia (vairagya) pode algumas vezes auxiliar a pessoa a entrar no templo de bhakti, mas jñana e vairagya não são angas de bhakti, porque eles deixam o coração duro, en­quanto que bhakti é muito suave e terna por natureza. Os bhaktas aceitam jñana e vairagya que se manifestam es­pontaneamente através da prática de bhakti, mas jñana e vairagya não podem ser a causa de bhakti, e bhakti facil­mente concede resultados que o conhecimento e a renúncia não podem dar.

Às vezes bhakti é usada para obtenção de riqueza, discípulos e assim por diante, mas isto está longe da bhakti pura. De fato, tal demonstração de bhakti não é realmente um anga de bhakti em absoluto. A discriminação (viveka) e outras qualidades também não são angas de bhakti; elas são qualidades dos praticantes de bhakti. Similarmente, yama, niyama, boa conduta, limpeza, e assim por diante estão naturalmente presentes nas pessoas que são favoráveis a Krsna, assim elas também não são angas de bhakti. As qualidades tais como pureza interna e externa, austeridade e controle dos sentidos abrigam-se naturalmente nos bhak­tas de Krsna; os bhaktas não precisam esforçar-se separa­damente para adquiri-las. Alguns dos angas de bhakti que mencionei são angas principais, e a perfeição é alcançada por firmemente executar sadhana de algum destes angas principais, ou vários deles. Expliquei tudo sobre vaidhi- sadhana-bhakti de uma maneira breve. Agora, vocês devem entender isto claramente, colocar em seus corações, e praticar com firmeza.

 

1  - Aceitar abrigo aos pés de lótus de Sri Guru (guru-padasraya);

 

Há dois tipos de guru: diksa-guru e siksa-guru. Alguém tem que aceitar diksa do diksa-guru; ao mesmo tempo, alguém tem que receber siksa concernente à arcana (adoração à Deidade). Há um diksa-guru, mas podem existir vários siksa-gurus. O diksa-guru também é competente para agir como siksa-guru. (capitulo 20 pag. 586)

yo vyaktir nyaya-rahitam anyayena srnoti yah tav ubhau narakam ghoram vrajatah kalam aksayam

Hari-bhakti-vilasa (1.62)

 

Aquele que se passa por acarya , mas dá falsas instruções que são opostas aos sattvata-sastras, irá residir em um terrível inferno por um ilimitado período de tempo, e também irão os discípulos desencaminhados que erroneamente ouvem tal falso guru.

guror apy avaliptasya karyakaryam ajanatah utpatha-pratipannasya parityago vidhiyate Mahabharata Udyoga-parva (179.25) e Narada-pañcaratra (1.10.20)

É dever do discípulo abandonar um guru que não ensina o que ele deve e o que não deve fazer, e que segue o caminho errado, por causa de má associação ou porque ele se opõe aos Vaisnavas.


 


[1] 2 Veja nota de rodapé no final do capítulo

 

 

 

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