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Guardiões da Devoção
1974
CHEGADA DA ISKCON
Prabhu Mahavira, um devoto de nacionalidade Canadense arranhava um portunhol e Prabhu Lokabandhu de nacionalidade Porto Riquenha logo mostraram com que propósito tinham vindo, bem no estilo sankirtana, relataram que sabiam da existência de alguns simpatizantes praticantes do Movimento no Rio de Janeiro e após troca de correspondência com alguns devotos brasileiros, e, a convite deles, pousaram no Brasil para dar novo fôlego ao Movimento Hare Krsna.
Se diziam os melhores amigos de Siddhaswarupananda, (amigos íntimos quase de infância) e que, Srila Prabhupada, pessoalmente, os havia mandado para abrir um templo no Brasil. (pessoalmente adorei).
Logo entendemos que o principal contato deles era o Cláudio - (Prabhu Catur Murtir) que tinha mantido correspondência regular com os devotos da Iskcon. Cláudio, logo que soube da chegada dos devotos, apesar de morar como um asceta nas montanhas de Petrópolis, veio imediatamente para o Rio, e, hospedando-os na casa de sua Mãe em Ipanema (um apartamento perto do arpoador a duas quadras da Praça General Osório), deu toda a assistência aos recém chegados.
Dai em diante um novo mundo se descortinou a nossa frente, me lembro pessoalmente que o que mais me chamou atenção foi uma fita cassete onde Srila Prabhupada cantava japa (puro néctar). Os viajantes traziam na sua bagagem tudo que um devoto gostaria de ver, desde uma bela coleção de "Back to Godheard" até maravilhosas histórias do movimento para Consciência de Krsna no Mundo.
A casa da mãe do Cláudio, um apartamento relativamente confortável em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, passou então a ser o templo, lugar de encontro regulares (no meu caso diários). Minha mãe logo ligou para a Mãe do Cláudio e perguntou se eu não estava incomodando.
Alguns devotos entretanto, mantiveram-se reticentes aos visitantes e simplesmente ignoraram a chegada deles, como foi o caso do Augusto, do Luiz e sua esposa Erli, do Romem, Carlos entre outros que resistentes e prevenidos contra o trabalho realizado pela Iskcon, preferiram aguardar a volta dos devotos do Hawai.
Apesar disso, Mahavira e Lokabandhu rapidamente encontraram o apoio que necessitavam, com adesão imediata do próprio Cláudio (Catur Murti) Jorge (Jagad Bharata) Marcio (Maha Kala) Flávio (Virocana) Lúcia (Ragha Bhumi) e sua irmã Bernadete (Bhutamata) Lúcio (Lokasashi) e eu próprio, que aderi incondicionalmente a oportunidade, mesmo fosse na época menor de idade e tivesse minhas limitações.
Mahavira com tal apoio imediatamente começou sua pregação que tinha como premissa vida brahmacarya, seguir os princípios regulativos de forma mais integral com renuncia dos objetos dos desejos e principalmente entrega ao serviço devocional sem reservas.
Só mais tarde ele abriu o jogo em relação aos padrões severos que eram impostos pela instituição.
No que pese o fundamento filosófico da prédica, evidente hoje, que mahavira precisava de brahmacaries que fossem capazes de levantar e manter templos para estabelecer então programas propriamente ditos.
Desta forma as profecias de Siddhaswarupananda se concretizavam. Mahavira com metas arrojadas se esforçava em implementa-las custa-se o custa-se, e, ante esse pano de fundo, os devotos brasileiros só queriam dar força, porque, apesar de sabermos que caminhávamos como co-participes secundários de um trabalho hercúleo, não tínhamos outra intenção que não fosse seguir Srila Prabhupada da forma que se apresentava.
Talvez fossemos até ingênuos em relação as tapasias (sacrifícios) que estávamos nos propondo, mas certamente fomos agraciados, cada um de nos, pelo sorriso do Mestre Espiritual, sem importar com mais nada. Nesse sentido as portas que Mahavira abria, era a que nos aspirávamos.
REVISÃO EM 08/01/06
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