Guardiões da Devoção 

Informativo Vaisnava - Livros Vaisnavas

 

 

AS TRÊS GRANDES ONDAS DE SRI CAITANYA MAHAPRABHU NO BRASIL

 

(Relato das três principais iniciativas de se estabelecer e manter o Vaisnavismo no Brasil, precisando fatos históricos relacionados a presença direta e indireta de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada (A Primeira Onda), Srila Bhakti Rakash Srila Sridhara Maharaja (A Segunda Grande Onda) e atualmente Srila Bhaktivendanta Narayana Maharaja (A Terceira Grande Onda).

 

A Primeira Onda

 

 Parte III

 

 

Templo da Rua Bolívia - INICIAÇÕES (continuação) -  Sabemos que o processo recomendado para essa era de Kali Yuga (era das desavenças) é o Cantar do Santos Nomes e o próprio Maha Mantra contém em si mesmo, a potência necessária a desencadear o progresso espiritual, independentemente do esforço pessoal do recitante (desde que exercido  livre arbítrio),  é dizer, a força do Maha Mantra, independentemente da qualificação do praticante que entoa, traz resultados naturais inerentes sua simples associação com os nomes (Srimad Bhagavagam Chant 4:13:27). Todavia, o cantar leva a estágios progressivos, tanto que, no inicio o praticante, canta o mantra de forma poluída, estágio conhecido como "namabhasa" e somente através da semente(iniciação) transferida por um mestre espiritual dentro da sucessão discipular  (bija)  é que o devoto pode progredir aos demais estágios. Assim é importante a primeira iniciação para que o praticante possa, através dela,  prosseguir avançando em busca do associar puro com o Maha Mantra.

 

A Iniciação no Hari Nama é justamente aquela em que o postulante é imponderado para desenvolver o Cantar do Santos Nomes, porque aceita ouvir o mantra diretamente do Mestre Espiritual que ouviu através da sucessão de mestres e discípulos diretamente de Sri Caitania Mahaprabhu. Na Iskcon, a primeira iniciação também era o momento em que o discípulo aceitava o Mestre, recebia um nome espiritual dele e se prontificava a cumprir os princípios regulativos, como não comer carne, peixe ovos, não se intoxicar, não praticar jogos de azar e não ter relações sexuais ilícitas, além de se comprometer também a partir daquele momento cantar  regularmente e diariamente16 voltas de Japa. Cantar 16 voltas significar percorrer conta a conta da japa e em cada uma delas recitar o maha mantra. Uma volta e cantar 108 mantras, e dentro dos padrões próprios (pelo menos lavar as mãos antes de cantar a japa, não usar o dedo indicador - não entrar no toalete, buscar cantar o Mantra Caitanya em cada volta para amenizar as ofensas).

Originalmente eram 64 voltas por dia, mas Srila Prabhupada reduziu esse numero por entender que os devotos ocidentais não estavam preparados para isso. Posteriormente outro Acarya - Srila Govinda Maharaja - sucessor de Srila Sridhara Maharaja que estabeleceu a Sri Caitanya Saraswath Ashram, solicita também que seja 16 voltas mas que no mínimo seja 04 voltas bem cantadas (dai os seus seguidores entenderam que só precisam cantar 04 voltas diarias). 

 

Ante o recebimento da Primeira Iniciação, em que o iniciado recebia "um nome espiritual" entendido como  uma revelação do plano superior que o Mestre fazia sobre a  relação eterna do devoto com Krsna (ao dar o nome, Srila Prabhupada revelava algum aspecto importante da relação eterna do seu discípulo com Krsna) e, principalmente, uma conexão segura com Srila Prabhupada  (Diksa Guru), os devotos, com muito mais força, mais compenetrados passavam a executar com mais  vigor o serviço devocional, no meu caso e para grande maioria, na época, Sankirtana. Estávamos ali subindo mais um degrau entre tantos na esperança de algum dia poder realmente entender nossa relação eterna com o Supremo Senhor e nossa parte no Grande Plano de Sri Caitanya Mahaprabhu, que no plano espiritual é absoluto (1 ou 1000 tem a mesmo valor), importante mesmo que seja  comparada a aparentemente humilde tarefa da pequena aranha na construção da ponte de Sri Rama para salvar Srimati Sita do Ramayana

 

 

Sankirtanta - era realizada no Centro da Cidade de São Paulo pessoa a pessoa e a oportunidade de estar em contato com pessoas de bom nível (intelectual e material) era muito maior porque no centro circulavam os estudantes e professores, os empresários e profissionais liberais, que tinham suas empresas naquela localidade e muitas pessoas de bom padrão com quem se podia falar sobre Consciência de Krsna.

 

Posteriormente os devotos passaram a fazer Sankirtana nos "semáforos" ou nas rodoviárias e aeroporto e ainda nos Ônibus. Todavia historicamente Sankirtana pessoa a pessoa na rua era a forma mais eficiente de divulgar o Movimento Hare Krsna para pessoas de melhor nível, porque na rodoviária, aeroporto e nos sinais Sankirtana era muito mais voltada para a entrega do livro em troca de doação premidos pelo pouco tempo entre a ida e a vinda dos ônibus e carros. Sankirtana em Universidades também era uma experiência muito agradável e efetiva, mas mesmo naquele momento inicial os estudantes eram, como normalmente costumam ser, mais impermeáveis ante as diversas facetas da cultura judaico cristã que é apresentado no seu dia a dia de estudos. Lembro que anos mais tarde ante de iniciar meu curso de Direito fui convidado pela minha irmã para comparecer na Universidade Santa Úrsula para falar numa aula sobre o Vaisnavismo. Fui sozinho e a aula era de  Professor muito conhecido e que por acaso tinha o mesmo sobre nome que o meu, Dom Estevão Bittencourt, embora, que eu saiba não tivéssemos nenhum parentesco. Lembro que fiquei muito entusiasmado com a oportunidade, os alunos do Curso Superior de  Pedagogia estavam muito interessados, ou curiosos de satisfazer seus intelectos (gratificação dos sentidos sutis - adorando especular), mas logo descobri que estava lidando com opiniões, com muitas opiniões, alguma favoráveis outras nem tanto. Melhor era na Rua a pessoa a pessoa, as pessoas estavam mais desarmadas. Minha irmão depois veio me dizer que o Professor queria usar o Vaisnavismo, como antítese  a ser derrotada, quando não possível ignorá-la.

 

Podíamos entender no Sankirtana pessoa a pessoa que a Consciência de Krsna, definitivamente não é para qualquer pessoa em qualquer momento da vida. Para ter chance de se aproximar e querer entender a Consciência de Krsna somente seria possível para algumas pessoas em determinados momentos da vida. Tanto que várias vezes ouvi comentários de devotos que tinham encontrado livros no lixo e se interessado.

 

Realmente, vez por outra encontrávamos uma pessoa com bom nível intelectual que estava disposta a abertamente entender o movimento e se arriscava a perguntar diretamente o que estávamos fazendo, como era a nossa filosofia ou que fundamentos religiosos defendíamos entre outros questionamentos interessantes que aguçavam nosso impedo. Essas pessoas eram convidadas com mais ênfase a comparecer no Templo nas festas de Domingo.

 

 

Também tinham os "Evangélicos" que por toda força nos tentavam convencer de que 'só Cristo Salva" com a Bíblia na Mão e palavras de ordem, assim como os Adventista, que também adotavam o regime alimentar Vegetariano e eram pessoas acessíveis e abertas a falar sobre preceitos religiosos respeitando nosso trabalho por entender que se tratava de fé, ao contrário dos "Testemunhas de Jeová", (os mais fanáticos) que sempre grandes conhecedores da Bíblia ficavam horas tentando salvar as nossas almas, enfim era uma grande aula, porque tínhamos que respeitar as diferentes interpelações e diferentes ponto de vistas e ao mesmo tempo buscar chamar atenção para as palavras de Srila Prabhupada, por isso, cada sankirtaneiro tinha um "mantra" de aproximação dos transeunte.

 

O Trabalho da Consciência de Krsna era realizado com base no exemplo pessoal, na capacidade de submeter a uma rotina austera e totalmente voltada para o serviço devocional, e essa era nossa bandeira que estava um passo adiante dos transeuntes, bem nem todos. Um dia topei com um Yogue no Centro de São Paulo, vestido com roupas simples e grande barbas brancas e cabelos cumpridos brancos veio até onde estava e começou a me fazer perguntas, de repente quando me dei por mim ele estava cantando mantras que, por educação me dispus a ouvir, ao final ele tentou me convencer diretamente que o trabalho que eu estava fazendo era inútil, que as pessoas não estavam preparadas e que não devia me ocupar naquela atividade, eu lembro que sorri para ele agradeci a preocupação, mas respondi que estava simplesmente cumprindo as ordens do meu Mestre Espiritual.

 

No dia seguinte, quando comecei a cantar minha japa percebi que estava tendo muita dificuldade de me concentrar porque não conseguia parar de lembrar o mantra cantado pelo Yogue no dia anterior. As palavras vinham e embora desconhecesse o significado persisitiam em ocupar minha atenção. Aos poucos e com muita dificuldade finalmente consegui cantar Japa, mas aquela experiência cotidiana, foi muito marcante e nunca mais vi o Yogue.

 

Jagad Vicitra Prabhu descobriu um novo método de Sankirtana. Ele ia para os sinais (em São Paulo se fala Semáforo e na Bahia Farol de Transito) e oferecia o livro, quando a pessoa dava uma nota de dinheiro (laksimi) mais alta para receber troco ele rapidamente jogava um monte de livros no banco de trás carro e saia correndo.

 

Quando saiu a publicação do Srimad Bhagavatam saiu da gráfica foi motivo de grande satisfação, as devotas tiveram que fazer bolsas novas, bem maiores e naqueles dias, além da nossa própria dificuldade de emfrentar a rotina tínhamos que carregar bolsas enormes que coubessem pelo menos 30 Bhagavatans. Minha cota diária e regular era 30 Srimad Bhagavatans feito pessoa a pessoa na imediações do Viaduto do Chá e em frente ao Teatro Municipal e na época Mappin.

 

Os devotos começaram a chamar a atenção dos ladrões de rua que observavam a coleta de laksimi, até que um dia alguém se aproximou de uma devoto e quando menos se esperava puxou com força a bolsa de devoto e saiu correndo.

 

A partir desse dia tínhamos mais uma preocupação, não ficar manuseando laksimi em público e não deixar documentos nem laksimi dentro da bolsa. Realmente o nosso serviço devocional estava em franco progresso.

 

Os devotos perceberam que, em sakirtana, sempre que se aproximava um casal, o livro tinha que ser oferecido para a mulher, tínhamos que olhar nos olhos delas e explicar o nosso trabalho. O Homem só tinha que, após a expressa aprovação da nossa proposta com um olhar feminino, colocar a mão na carteira e entregar a doação. Esta estratégia sempre foi muito efetiva, na maior parte das vezes, o único problema era que nos vivíamos sob o Regime Brahmacari, no qual é terminantemente proibido, olhar, tocar, falar de frente ou diretamente e se associar com pessoas do sexo oposto.

 

Talvez para uns fosse mais fácil, porque, por exemplo, no meu caso,  tinha saído cedo de casa e nem tinha tido oportunidade de ter namoradas etc.. Mas para outros devotos este era mais um grande desafio e em todas as aulas havia uma explicação completa de que o melhor era ter vida Brahmacari que a vida de casado era como viajar num ônibus com gritaria e bagunça das crianças e que o ônibus dos Brahmacaris era silencioso, calmo, enfim era interessante que o devoto mantivesse seus votos com dedicação exclusiva ao Mestre.

 

Se de um lado era importante esse tipo de pregação, por outro, os devotos passaram a destratar as devotas, não aceitar se dirigir ou falar com elas, e as devotas por sua vez, ao invés de se sentirem protegidas, como filhas de Srila Prabhupada, se sentiam discriminadas, como se fossem responsáveis pela fraqueza dos outros. Ser devota naqueles momentos era muito mais difícil que ser devoto, o que acabou por dar razão a toda uma geração de devotas "mal ajustadas" que até hoje sofrem.

 

Srila Prabhupada´s Quote

 

"In Bhagavad-gita we find that women are also equally competent like the men in the matter of Krishna Consciousness Movement."

Sobre esse assunto, muito ainda há que ser dito, aqui no Brasil as devotas eram as mais exigidas e as menos reconhecidas, tendo exemplo de algumas que foram obrigadas as fazer grandes sacrifícios e até hoje sofrem pelo simples fato de serem submissas. Para essas devotas, nossos mais profundos respeitos e admiração e embora saibamos que nesse caminho nada se perde, nos sentimos comprometidos com o bem estar físico/material das mesmas e sempre estaremos dispostos a ajudar porque no final,  elas sim são verdadeiras mártires sem voz, que só daqui a muito anos, com o advento da maturidade honesta serão reconhecidas (não sei nem se será nessas próximas gerações visto que tenho visto tantos devotos antigos perto da morte mantendo sua posição arrogante - pena que não seguem o exemplo de Maharaja Pariksiti que soube se preparar para o advento "morte" - única certeza desse corpo material), embora tenhamos a  convicção que apesar de não parecer, Srila Prabhupada esta e estará sempre protegendo nossas irmãzinhas.

 

Sankirtana pessoa a pessoa, mesmo naquela época, em as pessoas viam os devotos como uma certa curiosidade,  era uma grande aula de  tolerância e determinação, uma vez que, além de tudo, tínhamos que nos concentrar em trazer resultados práticos para manter o templo ao mesmo tempo que estávamos tendo a oportunidade de contatar a classe de homens inteligentes, em quem, Srila Prabhupada depositava esperança contatar para consolidar o Vaisnavismo no ocidente.

 

Tão importante quanto falar com as pessoas na Rua era recebê-las no templo, o que acontecia normalmente nas festas de domingos no Banquete Devocional. Lembro que uma vez, após minha entusiástica tentativa de mostrar o que era o Movimento para Consciência de Krsna perguntei jocosamente ao visitante se ele já estava pronto para raspar a cabeça e vir morar conosco e para meu espanto o visitante, me respondeu com convicção -  Sim - vou ficar.

 

Era a primeira vez que aquele visitante ia ao templo e normalmente para o visitante  obter permissão para ficar morando no templo ele passava por um estágio, tendo que freqüentar algum tempo o templo, para só depois, fazer uma experiência e depois ser aceito no Ashram dos Brahmacaris. Mesmo porque era muito raro alguém querer se jogar cabeça no movimento, assim com era raro o Comandante aceitar de imediato que  o Simpatizante  viesse morar no templo de pronto.

 

Mas aquele visitante era daquelas pessoas especiais que não apareciam todos os dias, logo de inicio ele sabia que tinha vindo para ficar, aquele era o lugar dele e ele estava pronto incondicionalmente.Foi por este e outros exemplo como este é que passei a admirar esse visitante que mais tarde considerei um grande amigo e devoto e que posteriormente foi iniciado e passou a ser chamado de Gokulosatva Dasa.

 

Para esse devoto não existia limites para servir. No dia seguinte ao que tinha pernoitado no templo,  ele já se vestiu com roupas devocionais e foi a sankitana me acompanhando, em completa entrega e assim ficou durante muitos anos, sempre com muito boa vontade e simplicidade. Ingênuo ele sempre buscava o melhor lado da situação e sempre estava disposto a participar como alias era desejo expresso de Srila Prabhupada.

 

"Regarding the election of President, a president can only be changed by vote. If no vote was taken, then the president cannot be changed."

"Removal of a Temple President by GBC requires support by the local Temple members." Therefore you should take a vote of the Temple members and do the needful. A. C. B.S.

 

4 August, 1975  
Detroit
My Dear Madhudvisa Swami:
The GBC should all be the instructor gurus. I am in the initiator guru, and you should be the instructor guru by teaching what I am teaching and doing what I am doing. This is not a title, but you must actually come to this platform. This I want.

 

So it is very encouraging that people are coming to the extent of 40 heads, and they are trying to understand the importance of this great movement, and any sane man will be able to understand that. But I do not know why our students who are supposed to be the leaders of this movement will fight amongst themselves for supremacy. Our whole process is of surrendering

 

 

Ou seja, Srila Prabhupada não desejava que seu movimento fosse administrado de forma "tirânica" ou "oligárquica" . Ele expressamente queria as decisões passassem pelo crivo de todos os devotos, entretanto, alguém da sua própria cabeça resolveu instituir critérios especiais para determinar o que devia e o que não devia ser feito e com isso, sem pedir opiniões ou muito menos por em votação as diretrizes a serem tomadas

 

Parte Triste da História - Alguns anos mais tarde,  esse mesmo devoto, após dar tudo que tinha para a instituição foi expulso da Iskcon porque discordava da forma impessoal e cruel que os devotos eram tratados por maus administradores brasileiros, com a conivência indireta dos outros, que nada faziam para restabelecer o equilíbrio e o respeito ao "ser humano devoto". Observem - respeito ao Ser Humano.

 

Sem querer fazer julgamento de valores, posição que não almejamos,  aparentemente faltava por parte dos responsáveis pelo bem estar espiritual dos devotos, representantes do Mestre Espiritual, de um lado certa coragem de intervir e buscar a satisfação de todos os devotos respeitando o desejo de Srila Prabhupada e do outro lado Amor, ou pelo menos respeito pela pessoa do devoto, não só em consideração pelo que ele já havia realizado (mesmo o devoto não deva ficar apegado aos frutos da sua ação e querer reconhecimento em razão do sucesso de seu trabalho), mas pela pessoa do devoto que havia se entregue ao esforço de concretizar o trabalho de Srila Prabhupada e se mantinha dedicado a cumprir as ordens do Mestre Espiritual.

 

Parece que nesses momentos, por mais contraditório que seja, faltava a presença do "Devoto Puro", uma vez que o representante de Srila Prabhupada faltava, ou seja, ou aparentemente não havia responsáveis pela boa continuidade do trabalho no Brasil, ou os que "em tese" tinham assumido esse compromisso estavam desinteressado em cumpri-lo ou entendia de pouca importância fazê-lo, ou ainda tinha outras coisas em mente.

 

O fato inegável é que o Sanyase encarregado da área tinha certo preconceito em relaçãos aos devotos brasileiros, tanto que chamava abertamente os latinos americanos de "Monkeys" da "latrina americana" e no fundo, ao que parece, também não estava nem um pouco preocupado com a vida espiritual deles, só com resultado que pudessem produzir, ou com a publicações de livros e outras atividades,  embora supostamente tivesse sido encarregado diretamente pelo Mestre de conduzir harmoniosamente suas vidas espirituais dentro da Instituição.

 

Observem, o comentário acima não é um opinião pessoal é realmente uma analise fria dos fatos desprovido de qualquer objetivo de criticar ou ofender. Srila Prabhupada dizia que se reconhece a arvore pelos frutos e nesse sentido, mesmo que não houvesse má intenção dos personagens desta história o resultado prático desse e de outros episódios  parecido fica claro que estávamos sendo tratados como "quinto mundo" ou então essa era a justificativa da própria incapacidade ou falta de vontade de lidar com cada um desses problemas com o carinho que merecia. Pelas leis Védicas e inevitável que mais cedo ou mais tarde chegará o momento em que cada um receberá o que é seu, o que fez jus para conseguir e todos esses fatos retornarão como exemplos da história. Kala ninguém engana.

 

Realmente quem estava presente tinha nítida sensação de que o "lider" encarregado queria era distância dos problemas, se recusava a administrar, intervir, sob o argumento de não atrapalhar (mal comparando - como Pilatos - lavava as mãos). Outro era seu foco e não tinha interesse em ajustar as coisas com o carinho e equidade que era merecido e que só ele podia fazer.  Não tinha Sakti.

 

"O devoto puro deve executar serviço devocional oferecendo o maior respeito ao mestre espiritual e aos Acaryas. Deve ser compassivo com os pobres e deve fazer amizade com as pessoas iguais, mas todas as suas atividades devem ser executadas sob regulação e com controle dos sentidos". (Bhag. 3.29.17 - Kapiladeva para Devahuti) Extraído do Manifesto Vaisnava, texto elaborado por Srimam Gokulosatva Prabhu antes de deixar esse mundo manteria.

 

Se não fosse pela presença interna de Srila Prabhupada a conclusão prática que se chegava é que Prabhu Gokulo Satva estava realmente abandonado, lançado no mundo material por não aceitar tirania.

 

Prabhu Gokulosatva, muito desgostoso acabou desistindo de continuar tentando, algum tempo mais tarde, perdendo a fé e num ato de desespero veio a se suicidar, com um tiro na cabeça,  em Guarujá/SP, onde morava sua família. Deixou esposa e filhos. Partiu para outra dimensão espiritual. Na conta de quem será depositado a responsabilidade pela sua partida prematura?

If we direct our attention like others, then it becomes karma. And karma is very dangerous for persons who want to go back to Godhead.”
Prabhupada Letters :: 196

Esse devoto, antes de seu derradeiro ato, já que não havia qualquer esperança de "bom senso" ou muito menos Misericórdia, por parte dos "representantes" do Guru, que passaram a tratar e exigir de todos tratamento de "persona non grata" para ele, Como num grito por Justiça, escreveu o que intitulou "Manisfesto Vaisnava" (site do Prabhu Visvasvandia), que humildemente elaborado com base na expectativa da aplicação prática dos sastras,  em seu teor diz:

 

"O devoto puro deve executar serviço devocional oferecendo o maior respeito ao mestre espiritual e aos Acaryas. Deve ser compassivo com os pobres e deve fazer amizade com as pessoas iguais, mas todas as suas atividades devem ser executadas sob regulação e com controle dos sentidos". (Bhag. 3.29.17 - Kapiladeva para Devahuti)

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Aqueles devotos rendidos Me tomam como suas vidas e almas, e continuam conversando sobre Minhas narrações ambrosíacas uns com os outros, intercambiando os êxtases da devoção para coMigo. Eles constantemente saboreiam o néctar de seus relacionamentos divinos percebidos que têm coMigo em suas respectivas naturezas internas de serviço, amizade, paternidade e amor conjugal". (BG 10.9 - SBRSM)

"Ao verem o mundo inteiro imerso no amor a Deus e a semente do gozo material nas entidades vivas completamente destruída, todos os membros do Panca-tattva ficaram excessivamente felizes". (Cc. Adi 7.27)

 

Deste modo, a LIGA DOS DEVOTOS tenta expor os ideais Gaudiya Vaisnava de congregação e amizade, como sugestão humilde para os queridos irmãos.

 

A edição deste Manifesto é de:

Sri Srimad Gokulotsava Dasa Prabhu Paramahamsa Parivrajakacarya."

texto completo

 

Prabhu Visvasndia Dasa, Discípulo de Srila Prabhupada,  amigo  que acompanhou Gokulosatva em todos os seus últimos momentos, e foi testemunha direta  das posturas tresloucadas dos maus administradores,  após sua partida escreveu um Adendo ao Manifesto acima, inserindo o seguinte texto:

 

"Quantos outros Prabhus terão de abandonar este mundo para que certas pessoas abram os olhos???

Pesquisa, redação e publicação: Visvavandya Dasa.

O propósito deste Manifesto é combater a mediocridade, fanatismo, corrupção e falsidade. E exaltar um grande Gaudiya-Vaisnava cuja saudade sempre será forte - o grande amigo, conselheiro e irmão Sripad Gokulotsava Prabhu, que sempre mostrou-me como ver Krsna em tudo.

(São Paulo, 17 de julho de l987)"

O Leitor nesse momento pode ficar chocado, e pode até achar que houve um certo exagero do Prabhu Gokulosatva, um desequilíbrio exagerado, mas, nosso relato aqui é um cruel exemplo do  que  mencionamos um pouco mais acima, quando nos referimos a Fanatismo especialmente na parte que falamos sobre a dependência psicológica incutida nos devotos, sendo muito difícil aceitar passar a ser meros 'seres humanos em maia" e  não ser  mais "o  centro do universo" e "os escolhidos de Deus", como eram amplamente convencidos os postulantes para ajudar a manter a fé.

 

Só quem já passou por essa situação,  pode dizer o que é, mesmo para pessoas mais preparadas, o fato de estar de forma terrorista sendo, "postas de lado"  era razão de muita angustia e toda sorte de dúvida quanto ao fato de estar agindo ou não  acertadamente ao ir contra a Instituição, leia-se interesses tirânicos dos "administradores". A realidade é que no fundo nenhum devoto gosta de ficar confrontando, porque se sabe que não existem vencedores, só maia ganha.

 

Esclareço que essas dúvidas surgiam principalmente em razão da sinceridade e profundo respeito pelo Mestre Espiritual. Tal sentimento, ao final, eram confundidos propositalmente com a própria Instituição, como parece ser até os dias de hoje.

 

Hoje, bem instruído pelo CaitaGuru que com o amadurecimento decorrente do sadhana nos aproxima  de algum pequeno aperfeiçoamento interior nos levando inclusive a aceitar a melhor interpretação do conceito "Guru, Satra e Sadha" já não temos mais o temor de estarmos de alguma forma desconsiderando as instruções do Mestre Espiritual. Hoje em dia qualquer devoto, mesmos os iniciantes, podem ter acesso a informações que antes não estavam tão facilmente disponíveis que e esclarecem e liberam do conceito de necessidade de ser casto a Instituição Externa, uma vez que agora sabemos que  por diversas Srila Prahupada demonstrou qual era o seu desejo, e os expressou.

 

Ademais temos também oportunidade de nos Associar com outros Vaisnavas Puros, devotos, filhos de família Vaisnava, entregues ao serviços exclusivo a mais de 50 anos, como foi o caso de Srila Prabhupada e é de Narayana Maharaja que ensinam pelo exemplo e buscam serviço devocional puro. Os resultados estão ai - NÃO EXISTE OPOSIÇÃO COMPETENTE e mais cedo ou mais tarde vai acabar esse estilo Vaisnava empresarial, porque a capacidade de enganar incautos esta cada vez menor e logo logo não vai haver lucro nos cargos de Sanyase "Show Mam", mesmo porque a instituição externa já está falida. Ainda vamos rir de toda essa situação.

 

Lembrando "Prabhu Gokulosatva" e entristecido com o episódio de seu aparente infortúnio não podemos aqui dizer que aquele foi o único caso lamentável que ocorreu na Instituição e cuja lembrança nos envergonha porque  a imagem que passa é a de que, ao final, Srila Praphupada era responsável, e que tais episódios comprometia o seu Bom Nome.

 

Contudo tal conclusão não é verdadeira, não só porque houve efetiva displicência dos "administradores" em seguir as instruções diretas de Srila Prabhupada como também seus representantes diretos davam tratamento diferenciado para a America Latina e sob o argumento de não interferir na administração dos Presidentes dos Templos preferiam nada fazer ante os equívocos que se cometia,  só interferindo quando o caso se tornava um problema maior, com risco a instituição.

 

Como todos sempre buscam velar pela manutenção do Bom Nome de Srila Prabhupada, poucas vezes, casos como estes, vieram a Público, o que pode até dar  aos infratores a falsa impressão de que está tudo bem, de que agiram certo dentro do melhor interesse do Guru e que podem até continuar fazendo o que quiserem uma vez que acreditam que nada vai acontecer com eles. Será ? Esse é um capitulo que ainda não foi vivido, mas começamos a ver a mão invisível da Providencia Divina em alguns casos que temos certeza que não precisamos lembrar aqui por se tratar de situações algumas recentes outras não, por considerar improdutivo.

 

Advirto aos que acreditam que encontrará na nossa narrativa algum fundamento para atacar ou menosprezar o Trabalho de Srila Prabhupada estão perdendo tempo. Não posso de livre consciência produzir qualquer subsídio contrário ao Movimento Hare Krsna, porque por pior que sejam as lembranças, elas contém um visão de um ponto de vista interno sem qualquer liame com o objetivo do Mestre ou se quiserem apontamos teoricamente podem ser considerados "desvios de conduta" cuja única e exclusiva responsabilidade é do personagem e advém de  equívocos na persecução do trabalho.

 

Lembro que não nos é dado agora julgar porque os fatos ocorreram em tempo, lugar e circunstâncias especiais e que, só quem estava envolvido sabe a dificuldade de dar o melhor andamento, podendo inclusive ocorrer que a providencia tomada fosse a mais indicada na época, quem pode saber? Como falamos acima é muito fácil criticar. Acreditamos outrossim que um exame de um ponto vista externo dos episódios narrados, podem de alguma forma ser útil e até trazer alguma inspiração as pessoas que sinceramente desejarem.

 

Certo é que, acreditamos sim. O Supremo Senhor tem seus planos e nele não cabe injustiças e mais cedo ou mais tarde todos temos que prestar contas dos nossos atos e Dele nada pode se esconder.

 

 Assim como o Prabhu Gokulosatva, na época do Templo da Rua Bolívia vieram muitos novos devotos, foi sem dúvida um bom momento para a Iskcon expandir suas fronteiras, passando a fazer sankirtana viajeiro com um veículo adquirido para tal fim.

 

Em virtude da minha pouca idade, naquela época tinha ainda 17 anos, não podia ir fazer sankirtana viageiro (era menor e precisava de autorização dos meus pais) e só me restava continuar nas ruas do centro de São Paulo que já era bastante poluída e barulhenta.

 

Abertura do Templo do Rio de Janeiro - Um dia fui chamado e me foi comunicado que em razão de eu ser nascido no Rio de Janeiro e conhecer bem a cidade iria acompanhar Maharaja Viraha Prakash na abertura do Templo do Rio de Janeiro, junto com Prabhu Yagni e Bhamaka Prabhu.

 

Chegando no Rio de Janeiro recebemos integral apoio do Dr. Sérgio, um advogado que nos hospedou em sua residência, uma cobertura no Bairro de  Copacabana, em uma  travessa da Rua Santa Clara. Dr. Sérgio que posteriormente foi iniciado com o nome de Satru Koti Vinasa Dasa. Ficamos em Copacabana algumas semanas onde, durante o dia fazíamos sankirtana e a noite programas regulares, quando enchíamos a grande sala do Dr. Sérgio com dezenas de pessoas ávidas por Cantar os Santos Nomes do Senhor.

 

Dr. Sérgio, Prabhu Satru Koti Vinasa, pessoa muito vivida e de grande experiência tinha fervoroso desejo de ser um devoto, bem no estilo esgotado do mundo material, ou seja, já tendo experimentado de tudo que se podia experimentar na vida, tinha realização pratica de que tudo nesse mundo, era, ao final, temporário, assim como,  no fundo todo prazer proporcionado nesse mundo material é efêmero. 

 

O programa ia realmente de vento em popa e logo tínhamos condições de alugar uma boa casa na Usina na Estrada Velha da Tijuca. A casa tinha três andares, o primeiro andar ficou para servir prasada, o segundo onde foi instalado os devotos e o terceiro onde foi instalado o Altar com Panca Tattva e nos fundos ainda tinha uma grande edícula com dois quartos onde foram instaladas as devotas.

 

Ao longo deste capitulo vou tentar lembrar os nomes dos devotos que chegaram para aumentar as fileiras do Exercito de Srila Prabhupada nessa época, entre eles o devoto que veio a ser iniciado como, Aradhya Dasa,  Purusotraya Dasa, ex oficial de Marinha, atualmente Sanyase, os irmãos Candra Muka S. e Rasa Nanda S., Murari Guptas Das, Yoga Pathi Das,  entre muitos outros devotos, inclusive Argentinos entre eles Krsna Kshor Das, sua esposa Sariswara Devi Dasi e sua pequena e encantadora filha Tulasi Devi Dasi e de outras nacionalidades como Kalpataru Das -que já não está mais presente entre nós. (Se esquecer no decorrer de meu relato algum irmão peço desculpas e, caso tenha interesse, que seja misericordioso e entre em contato para me deixar corrigir a ofensa pela falta de lembrança do nome, embora tenha claramente seus rostos em minha mente).

 

Destaco aqui a vinda do Estados Unidos de Ambujaksa Dasa, que mais tarde foi um dos  protagonista do Trabalho de Sridhara Maharaja no Brasil, que denomino a Segunda Grande Onda do Movimento de Sri Caitanya Mahaprabhu no Brasil e que na época, discípulo de Srila Prabhupada trouxe a Deidade de Goura Nitai Nataraja sendo esse subscritor treinado e chegou a  exercer a função de primeiro pujari antes e após a sua instalação no Rio de Janeiro.

 

Em razão do bom reinício que tivemos no Rio de Janeiro, fazendo vários programas na zona sul, área considerada de local de residência de pessoas de bom nível até hoje, tínhamos chamado atenção de muitos jovens, que, com o mesmo humor de Prabhu Gokulosatva estavam dispostos a deixar tudo, só que, nesse caso surgiram grandes problemas como relatarei a seguir e que, mais uma vez nos dará oportunidade de fazer comparações.

 

Maharaja Viraha Prakash, devoto de origem venezuelana, era muito estrito, e soube levar adiante o estabelecimento da Consciência de Krsna, e logo o templo estava com muitos novos devotos, a diferença é que começava a surgir no movimento aqueles simpatizantes que preferiam freqüentar o Templo mas não tinham desejo de morar no Ashram.

 

Tratavam-se de pessoas sérias, mas em geral tinham algum tipo de barreira, fosse porque tinham compromissos que não permitiam ir adotar a vida monástica, fosse porque  achavam que não conseguiriam seguir a rotina do templo ou por ter pequenos anarthas (maus hábitos), dos quais não conseguiam se liberar   (especialmente relacionado a uso de drogas),  e em razão disso não conseguiam também ir morar no templo, cujas regras eram estritas.

 

Importante esclarecer que muitos desses freqüentadores são devotos até hoje, mas atualmente são chamados de "devotos externos".

 

Entre eles lembro do Prasadinha ou posterimente Bharata Dasa (iniciado depois de 1984 por Sridhara Maharaja no segundo momento, onde a iniciação era muito mais fácil) e  Ricardo Radharani, Paulo que posteriormente veio a participar do Movimento de Srila Sridhara Mahraja e foi inciado como Jivana Krsna Dasa (embora esse segundo momento não tenha proporcionado vida monástica porque não abriu templos conforme relataremos).

 

Tulasi Devi Maharani - Me lembro que na época não tínhamos Tulasis no Rio e a expectativa é que mesma tinha que brotar já no clima da Cidade,  e, apesar de plantarmos as sementes trazidas de fora, Maharani não brotava. Um dia apontou uma folhinha e os devotos informados da importância da presença de Plantinha Sagrada ficaram eufóricos. Imediatamente começou a adoração, até que um dia, depois que a plantinha ficou maior,  se descobriu que se tratava de um alarme falso, era um matinho. Bom, pelo menos serviu a experiência, e foi solicitada a vinda de uma muda de Tulasi de São Paulo, e a  mesma conseguiu se aclimatar. Tulasi Devi Maharani gosta de clima quentes.

 

O Sankirtana no Rio era mais gratificante, embora eu pessoalmente já começava dar sinais de cansaço do dia a dia de Sankirtana, era bom fazer sankirtana, as pessoas mais bem humoradas estavam abertas a conhecer a Consciência de Krsna, o Rio de Janeiro era realmente um lugar especial, talvez  em razão da combinação de praia com montanhas e o clima quente,  era de fato mais fácil.

 

As festas de domingos lotadas, a prasada de primeira,  o templo era um sucesso, chegou Prabhu Durasada, Muni Priya Prabhu e para ser Presidente Aradhya Dasa, em substituição, quando fosse o caso, de Maharaja Vihara Prakasha, já que era recomendado um Sanyase não ficar muito tempo no mesmo lugar.

 

Muni Priya Prabu, bem humorado como sempre, vinha para incentivar o Sankirtana e na falta de suco de frutas para tomar junto com a prasada, inventou o "suco de cano" ou seja, "água de torneira" que era servido aos devotos.

 

Saiu o primeiro Bhagavad Gita Como Ele é em português, foi colocado no altar e após oferecido deveria ser entregue como premio para o Sankirtaneiro que distribuísse mais livro naquele dia. Tão interessado naquele livro, não tive duvidas passei na casa dos meus pais e peguei minha flauta transversa (antes de entrar para o movimento eu tocava flauta em casamentos e missas de Igreja).  Fui até o Teatro Municipal e vendi a Flauta para um flautista bastante conhecido - ratinho - e com o produto da venda sai pelas ruas Dando Livros - na época era "Além do Nascimento e da Morte".

 

Tinha pego uma boa quantidade de livros e cheguei a entregar 350 livros, era o recorde da época, consegui ganhar o Sankirtana. Mas o presidente resolveu mudar de idéia em relação a premiar o melhor sankirtaneiro. Só depois de muito reclamar consegui fazer que cumprisse a promessa.

 

Minha Segunda Iniciação, de brahamana foi outra novela. Tudo certo, uns poucos dias antes da data marcada, comentei com outro devoto que tinha comido um chocolate durante a sankirtana .... grande erro.

 

Grande Dúvida se eu teria ou não quebrado os princípios até que alguém descobriu que mesmo em Vrindavana  era oferecido chocolate para as Deidades e que depois era consumido também pelos devotos.

 

Quem oficiou o AgniHotra foi Pancadravida Das, atualmente Janardhana Maharaja e esta conectado a Sri Caitanya Saraswath Math (que será objeto do texto a ser elaborado na Segunda Onda) e ouvi o Mantra Gayatri de Srila Prabhupada numa fita. Vihara Prakash me ensinou a usar o cordão sagrado. Viraha Prakaj, mais tarde também veio a se conectar com a Sri Caitanya Saraswath Math, e posteriormente com a partida física de Srila Sridhara Maharaja veio a tentar se estabelecer como Guru, como também ocorreu com Prabhu Alanath ou como é conhecido Paramdwait Swami que por inspiração de Srila Prabhupada veio a estabelecer a "Word Vaisnava Association"  e aqui no Brasil o "Instituto Vrinda" junto com outros irmãos espirituais com um trabalho muito bem sucedido e a cada dia  melhor. http://noticiasvrindaportugues.blogspot.com/  (recomendamos - vale a pena conhecer consideramos pertencer ao movimento da Terceira Grande Onda de Sri Caitanya Mahaprabhu).

 

Em relação a Avadhuta Maharaja, algum tempo depois da partida física de Srila Sridhara  Maharaja simplesmente desapareceu. Alguns comentam que Ele  preferiu ir embora desse mundo material.

 

A Segunda Iniciação é um momento particularmente importante na vida de um devoto. Srila Prabhupada dava o exemplo de um sapato grande para um pé pequeno, havendo ai uma aceitação por parte do Mestre do discípulo. O Mestre tomava para si todos o Karma do Discípulo e  o iniciava no serviço devocional puro. Mas não era automático, era como desligar de um ventilador que demora ainda algum tempo para parar, podendo inclusive o segundo iniciado fazer novamente o ventilar girar com suas más ações.

 

Na iniciação brahminica, o estudante era considerado como nascido pela segunda vez e passa a ocupar posição de orientador espiritual dentro do Sistema Védico conhecido Varna Asrham Dharma. Os Brahmanes são considerados a cabeça da sociedade, os sacerdotes e tal iniciação faz parte da tradição Escola Vaisnava, que tem como objetivo preparar o Candidato a executar suas Ações no modo da bondade - satva guna e cujas qualidade são descritas no Bhagavad Gita  18-42, como já nos referimos antes.

 

Sob esse aspecto também é dito que o mestre espiritual só é capaz de aceitar o karma do discípulo porque está firmemente conectado com seu próprio mestre formando uma cadeia discipular denominada "parampara", mencionamos isso porque, se tal conexão não for absolutamente perfeita o Mestre Iniciador toma para si o Karma do Discípulo e vai sofrer as conseqüências junto com ele, isso quando essa iniciação tem real fundamento (sakti - potencia) uma vez que não admiraria ouvir dizer que iniciação sem real conexão pode não passar de um teatro sem valor, mas quem pode julgar?

 

Em relação ainda a iniciações, outro ponto que entendo importante mencionar é que, ante a dificuldade de Srila Prabhupada estar sempre presente, Ele instituiu o sistema Ritrivk ou de representação, onde o presidente do Templo ou outro devoto era indicado para representar Srila Prabhupada. O nome era enviado por carta e era anunciado durante a cerimônia de iniciação, quando então se realizava uma Agni Hotra - cerimônia de fogo. Os iniciados em Brahmana ouviam o mantra de Srila Prabhupada numa fita cassete.

 

Durante muitos anos esses sistema funcionou perfeitamente bem, não tendo necessidade do devoto ir estar com Srila Prabhupada, abandonado suas tarefas, para ser iniciado.

 

Anos mais tarde surgiu uma controvérsia quanto a potencia e legitimidade desse sistema Ritrivk. Alguns devotos, que até hoje não consegui descobrir exatamente quem levantou essa duvida, levantava dúvida sobre essas iniciações o que me deixava muito triste, já que, dentro desse contexto não se pode questionar as regras instituídas por Srila Prabhupada, que como Acarya devia ser respeitado.

 

ADIANTANDO TÓPICO DA TERCEIRA GRANDE ONDA  NO BRASIL - Quando Srila Narayana Maharaja veio a primeira a vez ao Brasil, se não falha a memória em 2.000, os devotos providenciaram uma chácara em Itapecirica da Serra, na Grande São Paulo, região metropolitana, para que ficasse bem confortável em local com muito verde e ao mesmo tempo perto do centro urbano.

 

Lembro que numa conversa informal surgiu esse assunto, aproveitando a oportunidade, me dirige aos aposentos do Acarya e solicitei uma audiência com Srila Narayana Maharaja, e assim pude ingressar nos seus aposentos, onde já estavam outros devotos, entre eles Prabhu Sundarananda, Phula Kalika, Prabhu Kunja Bihari entre poucos outros.

 

Prestei minhas reverencias e fui apresentado e logo que tive a primeira oportunidade indaguei de Srila Narayana Maharaja sobre o Assunto de forma direta.(todo a conversa foi no idioma Inglês).

 

Perguntei - Srila Narayana Maharaja, ouvi de alguns devotos que fazem parte de sua comitiva (citei o nome) que a iniciação que recebemos de Srila Prabhupada é duvidosa porque iniciação exige a presença física do Guru e Discípulo,  e o sistema Ritrivk pode ser falho.....  e conclui: (aproveitando para falar sobre o meu nome que numa carta constava diferente do que me foi dado) - Isso é verdade?

 

Srila Narayana Maharaja, sempre muito sóbrio, abriu um sorriso e replicou: " Eu não disse isso e  Eu não tenho dúvidas de que Swami Prabhupada aceitou você como discípulo e Ele queria que você se chamasse Vyasa Dasa". (essas palavras foram claras e diretas)

 

E continuou - (mais ou menos com essas palavras) Swami Prabhupada, em seus últimos momentos físicos nesse planeta me pediu diretamente para que eu ajudasse a tomar conta da vida espiritual dos seus discípulos, trazendo um "reforço" e por isso estou aqui. (literatura recomendada sobre esse tópico My Siksa-guru & Priya-bandhu).

 

Fiquei muito satisfeito com a simplicidade e honestidade de Srila Narayana Maharaja, um anos depois quando Ele Voltou ao Brasil, fui novamente até Ele e pedi para ouvir o Mantra Gayatri dele, a exemplo de outros devotos que já tinham ouvido como um reforço.

 

Srila Narayana Maharaja me perguntou diretamente - O que você vai fazer por mim? no que eu respondi de pronto: Tudo e qualquer coisa que seja necessária. Srila Narayana Maharaja retrucou: Ah! isso que Eu queria ouvir.

 

Desta forma, no momento oportuno fui chamado a sua presença e ouvi o Gayatri Mantra diretamente deste Devoto Puro, com uma explicação muito particular de seu significado. Narayana Maharaja, outra vez repetiu que eu era discípulo de Swami Prabhupada e Ele estava satisfazendo o Desejo do Acarya. Não há limites para misericórdia dos Devotos Puros.

 

Algum tempo, os próprios devotos da Gaudya Math (instituição de Narayana Maharaja) começaram também a dar iniciação sem a presença física do Acarya,  ou seja, através de representantes. A única diferença é que, antes de iniciar,  passaram a ligar por telefone e falar diretamente com Srila Narayana Maharaja apresentando os pretendentes e pedindo autorização para dar Hari Nama e Diksa em seu nome.

 

Não resta a menor dúvida de que, de qualquer forma sempre é muito favorável sempre se associar com os Acaryas e Grandes Devotos, Eles sempre nos inspiram,  tanto que também ouvi o Mantra Gayatri de Srila Sridhara Maharaja (em fita cassete) e de Srila Govinda Maharaja, nesse caso diretamente de sua boca quando iniciou minha esposa Yamuna Devi Dasi ao mesmo tempo que outras devotas em Campos do Jordão/SP e me foi permitido que ficasse presente, assim com alguns outros devotos.

 

 

sri-gurv-ajñaya tat-sevanavirodhena canyesam

api vaisnavanam sevanam sreyah

Anyatha dosah syat.

Bhakti Sandarbha, p. 122

“O Guru iniciador não deve interferir com a associação de seu discípulo com outros Vaishnavas avançados, pois tal associação é uma parte essencial no progresso da vida espiritual desse discípulo”.

 

 

O Vaisnavismo autoriza que tenhamos muitos Siksas Gurus - Mestres Instrutores, embora Diksa Guru - Mestre iniciador deve ser só um. Sobre o assunto recomendamos  a leitura do texto "parampara".

 

Ainda sobre o Mantra Gayatri é imperdivel a explicação pública de Srila Sridhara Maharaja acessível no site Gayatri Mantram Revealed  que recomendamos na língua Inglesa,  para que os que tem dificuldade com o Idioma podem também baixar a versão do mesmo texto em português O GAYATRI MANTRA.

 

 

 

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