SIVA LINGAM ASTHAKAM


  SHIVARATRI, A CONSUMAÇÃO DA UNIÃO ETERNA DE SHIVA E SHAKTI

OS 108 NOMES DE SIVA     - Tantra – Mantra  Yantra 

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SIVA RATRI

(significado)

 

                 

vrndavanavani-pate! jaya soma! soma-maule
sanaka-sanandana-sanatana-naradedya
gopisvara! vraja-vilasi-yuganghri-padme
prema prayaccha nirupadhi namo namaste
Pritinn, niyachha, nirupa-adhikam me.

"Ó porteiro de Vrindavana! Salve Soma! Todas as glórias para vós ó Soma, em cuja testa está uma meia lua! Ó Gopi controladora, adorada por Sanaka, Sanandana, Sanatana e Narada (os Kumaras).

 Por favor entregue Prema aos pés de lótus dos Senhores de Vraja (Radha e Krishna). Eu ofereço minhas humildes reverências a Vós que Sois o pai de todas as criaturas, o primeiro dos devotos!".

De fato, ninguém chega até Radha e Krishna sem pedir licença para o Senhor Siva.Devemos, por conseguinte, realizar este processo cantando primeiro para o Senhor Siva, pedindo licença para colocarmos o nome do Senhor Krishna em nossos lábios, como no caso do canto do Maha Mantra Hare Rama Hare Krishna. O Senhor Siva é o Senhor da auspiciosidade, e Ele jamais ofende qualquer pessoa ou criatura. Seu humor é ligeiramente diferente daquele do Senhor Krishna, mas gosta de pregar peças nos devotos, e Se disfarça freqüentemente de mendigo e esmoleiro, e com isso testa a fidelidade e o desenvolvimento espiritual dos devotos.

 

Om Vishnupada Paramahamsa Pujapada Vaishnava Sarvabhauma Shri Bhakti Promode Puri  Maharaja

em visita a Gopesvara Mahadeva em Vrindavana

 

Siva Lingam Purana (português)  

Siva Tattva (Srila Narayana Maharaja) 

SRIMAD BHAGAVATAM

de A.C. Bhaktivendanta Swami Prabhupada (Jagad Guru)

CANTO 8 - CAPÍTULO SETE - TEXTO 21 A 35

21 - deva-deva mahã-deva

bhutãtman bhuta-bhãvana

trãhi nah saranãpannãns

trailokya-dahanãd visãt

 

O maior dos semideuses, Mahadeva, Superalma de todas as entidades vivas e causa de sua felicidade e prosperidade, no viemos tomar abrigo de seus pés de lótus. Agora por favor nos salve deste ardente veneno que está se espalhando por todos os três mundos.

22 - tvam ekah sarva-jagata

isvaro bandha-moksayoh

tam tvãm arcanti kusalãh

prapannãrti-haram gurum

O Senhor, você e a causa do aprisionamento e liberação de todo o universo porque você e o seu administrador. Aqueles que são avançados em consciência espiritual se rende a você, e por isso você é a causa da mitigação de suas tristezas, e você é a causa de sua liberação. Nos por isso o reverenciamos

23 -guna-mayyã svã-saktyãsya

sarga-sthily-apyayãm vibho

dhatse yãda sva-drg bhuman

brahma-visnu-sivabhidhãm

 

O Senhor, você é auto refulgente e Supremo. Você cria este mundo material com a sua energia pessoal, e assume os nome s de Brahma, Visnu e Mahadeva, criando, mantendo e aniquilando.

24 - tvam brahma paramam guhyam

sad-asad-bhãva-bhãvanam

nãma-saktibhir ãbhãtas

tvam ãtmã jagad-isvarah

 

Você é a causa de todas as causas, o auto refulgente, inconcebível brahman impessoal, o qual é a originalmente o Parambrahmam. você manifesta  varias potências nesta manifestação cósmica.

25 - tvam sabda-yonir jagad-ãdir ãtmã

prãnendriya-dravya-gunah svabhãvah

kãlah kratuh satyam rtam ca dharmas

tvayy aksaram yat tri-vrd-ãmanani

O Senhor, você é a fonte original da literatura Védica. Você é a causa original da criação material, a fora da vida, os sentidos, os cinco elementos, os três modos da natureza e o maha-tattva. você ;e a o tempo eterno, determinação e os dois sistema religiosos chamados verdade(satya) e confiança (rta). você e o abrigo da silabas OM, o qual consiste em três letras "a-u-m"

26 - agnir mukham te 'khila-devatãmã

ksitim vidur loka-bhavãnghri-pankajam

kãlam gatim te 'khila-devatãtmano

disas ca karnau rasanam jalesam

 

O Pai de todos os planetas, os escolares sábios sabem que o fogo é sua boca e a face do globo é seus pés de lótus o eterno tempo e seu movimento todas as direções são seus ouvidos, e Varuma o mestre das águas, é sua língua.

27 - nãbhir nabhas te svasanam nabhasvãm

suryas ca caksumsi jalam sma retah

parãvarãtmãsrayanam tavãtmã

samo mano dyaur bhagavam siras te

 

Ó Senhor, o céu e seu umbigo, o ar é sua respiração, o sol é seus olhos, e água é o seu semens. você é o abrigo de todos os tipos de entidades viventes altas e baixas. O Deus da Lua é sua mente, e o sistema planetário superiores é sua cabeça.

28- ksksih samudrã girayo 'sthi-sanghã

romãni sarvausadhi-virudhas te

chandãnsi sãksãt tava sapta dhãtavas

trayi-mayãtman hrdayam sarva-dharma

 

o Senhor, você é os três vedas  personificados. Os setes oceanos são seu abdome, e as montanhas são seus ossos. todas as drogas, ervas e vegetais são seus cabelos do seu corpo. Os mantras Védicos como o Gayatri são os setes leitos de seu corpo é o sistema Védico religioso é a alma de seu coração

29 - mukhãni pancopanisadas tavesa

yais trimsad-astottara-mantra-varga

yat tac chivãkhyam paramãtma-tattvam

deva svayam-jyotir avasthitis te

 

O Senhor, os cinco importantes mantras védicos são representados pelas cinco faces, dos quais o trinta e oito mas celebrados mantras védicos foram gerados. Sua Senhoria sendo celebrado como Senhor Siva, é auto iluminado, você está diretamente situado como a Verdade Suprema, conhecido como Paramãtma.

30 - chãyà tv adharmormisu yair visargo

netram-trayam sattva-rajas-tamãmsi

sãnkhyãtmanah sãstra-krtas taveksã

chandomayo deva rsih purãnah

 

Ó Senhor, sua sombra é vista na irreligião, o qual traz variedades de criação de irreligião. Os três modos da natureza, bondade paixão e ignorância - são seus três olhos - .Todas as literaturas védicas, as quais são cheias de versos, são suas emanações porque os compiladores escreveram suas escrituras depois de receber seu olhar

31 - na te giri-trãkhila-loka-pãla

virinca-vaikuntha-surendra-gamyam

jyotih param yatra rajas tamas ca

sattvam na yad brahma nirasta-bhedam 

 

Ó Senhor GIRISA,  desde que a refulgência do Brahmam impessoal é transcendental para os modos da natureza material da bondade, paixão e ignorância as vários diretores deste mundo material certamente não podem apreciá-la ou mesmo saber onde ela se encontra. Isto não é entendido mesmo pelo Senhor Brahma. Senhor Visnu ou o rei do céu Mahadendra.

32 - khamãdhara-tripura-kãlagarãdy-aneka-

bhuta-dhuhah ksapayatah stutaye na tat te

yas tv anta-kãla idam ãtma-krtam sva-netra-

vahni-sphulinga-sikhayã bhasilam na veda

 

Quando ocorre a aniquilação pelo brilho e fogo que emanam de seus olhos, toda a criação é transformada em cinzas. Ainda assim Você não sabe como isso acontece. O que então deve ser dito da destruição do Sacrifício de de Daksa, Tripurasura e o veneno kalakuta ? Tais atividades não podem ser objeto de preces oferecidas a Vos.

33 - ye tv ãtma-rãma-gurubhir hrdi cintitãnghri

dvandavam carantam umayã tapasãbhitaptam

khatthanta ugra-parusam niratam smasãne

te nunam utim avidams tava hãta-lajjãh

 

Exaltadas e auto satisfeitas pessoas que oram através dos três mundos meditam constantemente em seus pés de lótus nos seus corações. Por isso, quando pessoas que não sabem O vêem passeando com sua esposa  Uma, eles acreditam que existe luxuria nas suas atividades,  ou então quando O vêem sues passeios pelo crematório eles se enganam  pensando que Vos estais feroz e invejoso, Certamente eles são vergonhosos. Eles não podem entender suas atividades.

34 - tat tasya te sad-asatoh paratah parasya

nãnjah svarupa-gamane prabhavanti bhumnah

brahmãdayah kim uta samstavane vayam tu

tat-sarga-sarga-visayã api akti-mãtram

 

Mesmo personalidades como Senhor Brahma e outros semideuses não podem entender sua posição, por que Você está alem da móvel e imóvel criação. Desde que ninguém pode entende-lo realmente como podemos preces a Vós. Isto é impossível. Tanto quanto nos estamos preocupados, nos somos criaturas da Criação do Senhor Brahma . sobre esta circunstância, por isso, nos não podemos oferecer preces adequadamente mas tanto quanto nossa habilidade nos permite nos expressamos nossos sentimentos

 

35 - etat param prapasyãmo

na param te mahaesvara

mrdanãya hi lokasya

vyaktis te 'vyakta-karmanah

Ó maior de todos os Governantes, Sua real identidade não nos é possível entender. Tanto quanto nos podemos ver sua presença nos traz prospera felicidade para todos. Além disso, ninguém pode apreciar suas atividades. Nos podemos entender isso e nada mais.

                            

 

  Versos e Significado por Srila Prabhupada

http://www.scribd.com/doc/8698356/SrimadBhagavatam-Canto-08

                               

                       TEXT 21

                          sri-prajapataya ucuh

                         deva-deva maha-deva

                       bhutatman bhuta-bhavana

                       trahi nah saranapannams

                       trailokya-dahanad visat

 

                               SYNONYMS

 

   sri-prajapatayah ucuh--the prajapatis said; deva-deva--O Lord Mahadeva, best of the demigods; maha-deva--O great demigod; bhuta-atman--O life and soul of everyone in this world; bhuta-bhavana--O the cause of the happiness and flourishing of all of them; trahi--deliver; nah--us; sarana-apannan--who have taken shelter at your lotus feet; trailokya--of the three worlds; dahanat--which is causing the burning; visat--from this poison.

 

                             TRANSLATION

 

   The prajapatis said: O greatest of all demigods, Mahadeva, Supersoul of all living entities and cause of their happiness and prosperity, we have come to the shelter of your lotus feet. Now please save us from this fiery poison, which is spreading all over the three worlds.

 

                               PURPORT

 

   Since Lord Siva is in charge of annihilation, why should he be approached for protection, which is given by Lord Visnu? Lord Brahma creates, and Lord Siva annihilates, but both Lord Brahma and Lord Siva are incarnations of Lord Visnu and are known as saktyavesa-avataras. They are endowed with a special power like that of Lord Visnu, who is actually all-pervading in their activities. Therefore whenever prayers for protection are offered to Lord Siva, actually Lord Visnu is indicated, for otherwise Lord Siva is meant for destruction. Lord Siva is one of the isvaras, or the controllers known as saktyavesa-avataras. Therefore he can be addressed as having the qualities of Lord Visnu.

 

                               TEXT 22

 

                                 TEXT

 

                        tvam ekah sarva-jagata

                        isvaro bandha-moksayoh

                       tam tvam arcanti kusalah

                       prapannarti-haram gurum

 

                               SYNONYMS

 

   tvam ekah--Your Lordship is indeed; sarva-jagatah--of the three worlds; isvarah--the controller; bandha-moksayoh--of both bondage and liberation; tam--that controller; tvam arcanti--worship you; kusalah--persons who want good fortune; prapanna-arti-haram--who can mitigate all the distresses of a sheltered devotee; gurum--you who act as a good advisor to all fallen souls.

 

                             TRANSLATION

 

   O lord, you are the cause of bondage and liberation of the entire universe because you are its ruler. Those who are advanced in spiritual consciousness surrender unto you, and therefore you are the cause of mitigating their distresses, and you are also the cause of their liberation. We therefore worship Your Lordship.

 

                               PURPORT

 

   Actually Lord Visnu maintains and accomplishes all good fortune. If one has to take shelter of Lord Visnu, why should the demigods take shelter of Lord Siva? They did so because Lord Visnu acts through Lord Siva in the creation of the material world. Lord Siva acts on behalf of Lord Visnu. When the Lord says in Bhagavad-gita (14.4) that He is the father of all living entities (aham bija-pradah pita), this refers to actions performed by Lord Visnu through Lord Siva. Lord Visnu is always unattached to material activities, and when material activities are to be performed, Lord Visnu performs them through Lord Siva. Lord Siva is therefore worshiped on the level of Lord Visnu. When Lord Visnu is untouched by the external energy He is Lord Visnu, but when He is in touch with the external energy, He appears in His feature as Lord Siva.

 

                               TEXT 23

 

                                 TEXT

 

                       guna-mayya sva-saktyasya

                      sarga-sthity-apyayan vibho

                      dhatse yada sva-drg bhuman

                       brahma-visnu-sivabhidham

 

                               SYNONYMS

 

   guna-mayya--acting in three modes of activity; sva-saktya--by the external energy of Your Lordship; asya--of this material world; sarga-sthiti-apyayan--creation, maintenance and annihilation; vibho--O lord; dhatse--you execute; yada--when; sva-drk--you manifest yourself; bhuman--O great one; brahma-visnu-siva-abhidham--as Lord Brahma, Lord Visnu or Lord Siva.

 

                             TRANSLATION

 

   O lord, you are self-effulgent and supreme. You create this material world by your personal energy, and you assume the names Brahma, Visnu and Mahesvara when you act in creation, maintenance and annihilation.

 

                               PURPORT

 

   This prayer is actually offered to Lord Visnu, the purusa, who in His incarnations as the guna-avataras assumes the names Brahma, Visnu and Mahesvara.

 

                               TEXT 24

 

                                 TEXT

 

                      tvam brahma paramam guhyam

                       sad-asad-bhava-bhavanam

                        nana-saktibhir abhatas

                       tvam atma jagad-isvarah

 

                               SYNONYMS

 

   tvam--Your Lordship; brahma--impersonal Brahman; paramam--supreme; guhyam--confidential; sat-asat-bhava-bhavanam--the cause of varieties of creation, its cause and effect; nana-saktibhih--with varieties of potencies; abhatah--manifest; tvam--you are; atma--the Supersoul; jagat-isvarah--the Supreme Personality of Godhead.

 

                             TRANSLATION

 

   You are the cause of all causes, the self-effulgent, inconceivable, impersonal Brahman, which is originally Parabrahman. You manifest various potencies in this cosmic manifestation.

 

                               PURPORT

 

   This prayer is offered to the impersonal Brahman, which consists of the effulgent rays of Parabrahman. Parabrahman is the Supreme Personality of Godhead (param brahma param dhama pavitram paramam bhavan). When Lord Siva is worshiped as Parabrahman, the worship is meant for Lord Visnu.

 

                               TEXT 25

 

                                 TEXT

 

                   tvam sabda-yonir jagad-adir atma

                  pranendriya-dravya-gunah svabhavah

                 kalah kratuh satyam rtam ca dharmas

                  tvayy aksaram yat tri-vrd-amananti

 

                               SYNONYMS

 

   tvam--Your Lordship; sabda-yonih--the origin and source of Vedic literature; jagat-adih--the original cause of material creation; atma--the soul; prana--the living force; indriya--the senses; dravya--the material elements; gunah--the three qualities; sva-bhavah--material nature; kalah--eternal time; kratuh--sacrifice; satyam--truth; rtam--truthfulness; ca--and; dharmah--two different types of religion; tvayi--unto you; aksaram--the original syllable, omkara; yat--that which; tri-vrt--consisting of the letters a, u and m; amananti--they say.

 

                             TRANSLATION

 

   O lord, you are the original source of Vedic literature. You are the original cause of material creation, the life force, the senses, the five elements, the three modes and the mahat-tattva. You are eternal time, determination and the two religious systems called truth [satya] and truthfulness [rta]. You are the shelter of the syllable om, which consists of three letters a-u-m.

 

                               TEXT 26

 

                                 TEXT

 

                   agnir mukham te 'khila-devatatma

                ksitim vidur loka-bhavanghri-pankajam

                  kalam gatim te 'khila-devatatmano

                   disas ca karnau rasanam jalesam

 

                               SYNONYMS

 

   agnih--fire; mukham--mouth; te--of Your Lordship; akhila-devata-atma--the origin of all demigods; ksitim--the surface of the globe; viduh--they know; loka-bhava--O origin of all planets; anghri-pankajam--your lotus feet; kalam--eternal time; gatim--progress; te--of Your Lordship; akhila-devata-atmanah--the total aggregate of all the demigods; disah--all directions; ca--and; karnau--your ears; rasanam--taste; jala-isam--the demigod controller of the water.

 

                             TRANSLATION

 

   O father of all planets, learned scholars know that fire is your mouth, the surface of the globe is your lotus feet, eternal time is your movement, all the directions are your ears, and Varuna, master of the waters, is your tongue.

 

                               PURPORT

 

   In the sruti-mantras it is said, agnih sarva-devatah: "Fire is the aggregate of all demigods." Agni is the mouth of the Supreme Personality of Godhead. It is through Agni, or fire, that the Lord accepts all sacrificial oblations.

 

                               TEXT 27

 

                                 TEXT

 

                 nabhir nabhas te svasanam nabhasvan

                  suryas ca caksumsi jalam sma retah

                     paravaratmasrayanam tavatma

                  somo mano dyaur bhagavan siras te

 

                               SYNONYMS

 

   nabhih--navel; nabhah--the sky; te--of Your Lordship; svasanam--breathing; nabhasvan--the air; suryah ca--and the sun globe; caksumsi--your eyes; jalam--the water; sma--indeed; retah--semen; para-avara-atma-asrayanam--the shelter of all living entities, low and high; tava--your; atma--self; somah--the moon; manah--mind; dyauh--the higher planetary systems; bhagavan--O Your Lordship; sirah--head; te--of you.

 

                             TRANSLATION

 

   O lord, the sky is your navel, the air is your breathing, the sun is your eyes, and the water is your semen. You are the shelter of all kinds of living entities, high and low. The god of the moon is your mind, and the upper planetary system is your head.

 

                               TEXT 28

 

                                 TEXT

 

                  kuksih samudra girayo 'sthi-sangha

                    romani sarvausadhi-virudhas te

                 chandamsi saksat tava sapta dhatavas

                 trayi-mayatman hrdayam sarva-dharmah

 

                               SYNONYMS

 

   kuksih--abdomen; samudrah--the oceans; girayah--the mountains; asthi--bones; sanghah--combination; romani--the hairs of the body; sarva--all; ausadhi--drugs; virudhah--plants and creepers; te--your; chandamsi--Vedic mantras; saksat--directly; tava--your; sapta--seven; dhatavah--layers of the body; trayi-maya-atman--O three Vedas personified; hrdayam--core of the heart; sarva-dharmah--all kinds of religion.

 

                             TRANSLATION

 

   O lord, you are the three Vedas personified. The seven seas are your abdomen, and the mountains are your bones. All drugs, creepers and vegetables are the hairs on your body, the Vedic mantras like Gayatri are the seven layers of your body, and the Vedic religious system is the core of your heart.

 

                               TEXT 29

 

                                 TEXT

 

                    mukhani pancopanisadas tavesa

                 yais trimsad-astottara-mantra-vargah

                 yat tac chivakhyam paramatma-tattvam

                   deva svayam-jyotir avasthitis te

 

                               SYNONYMS

 

   mukhani--faces; panca--five; upanisadah--Vedic literatures; tava--your; isa--O lord; yaih--by which; trimsat-asta-uttara-mantra-vargah--in the category of thirty-eight important Vedic mantras; yat--that; tat--as it is; siva-akhyam--celebrated by the name Siva; paramatma-tattvam--which ascertain the truth about Paramatma; deva--O lord; svayam-jyotih--self-illuminated; avasthitih--situation; te--of Your Lordship.

 

                             TRANSLATION

 

   O lord, the five important Vedic mantras are represented by your five faces, from which the thirty-eight most celebrated Vedic mantras have been generated. Your Lordship, being celebrated as Lord Siva, is self-illuminated. You are directly situated as the supreme truth, known as Paramatma.

 

                               PURPORT

 

   The five mantras mentioned in this connection are as follows: (1) Purusa, (2) Aghora, (3) Sadyojata, (4) Vamadeva, and (5) Isana. These five mantras are within the category of thirty-eight special Vedic mantras chanted by Lord Siva, who is therefore celebrated as Siva or Mahadeva. Another reason why Lord Siva is called Siva, which means "all-auspicious," is that he is self-illuminated, exactly like Lord Visnu, who is the Paramatma. Because Lord Siva is directly an incarnation of Lord Visnu, he is situated as Lord Visnu's direct representative. This fact is corroborated by a Vedic mantra: patim visvasyatmesvaram sasvatam. sivam acyutam. The Supersoul is called by many names, of which Mahesvara, Siva and Acyuta are especially mentioned.

 

                               TEXT 30

 

                                 TEXT

 

                  chaya tv adharmormisu yair visargo

                  netra-trayam sattva-rajas-tamamsi

                  sankhyatmanah sastra-krtas taveksa

                     chandomayo deva rsih puranah

 

                               SYNONYMS

 

   chaya--shadow; tu--but; adharma-urmisu--in the waves of irreligion, like kama, krodha, lobha and moha; yaih--by which; visargah--so many varieties of creation; netra-trayam--three eyes; sattva--goodness; rajah--passion; tamamsi--and darkness; sankhya-atmanah--the origin of all Vedic literatures; sastra--scriptures; krtah--made; tava--by you; iksa--simply by glancing; chandah-mayah--full of Vedic verses; deva--O lord; rsih--all Vedic literatures; puranah--and the puranas, the supplementary Vedas.

 

                             TRANSLATION

 

   O lord, your shadow is seen in irreligion, which brings about varieties of irreligious creations. The three modes of nature--goodness, passion and ignorance--are your three eyes. All the Vedic literatures, which are full of verses, are emanations from you because their compilers wrote the various scriptures after receiving your glance.

 

                               TEXT 31

 

                                 TEXT

 

                    na te giri-trakhila-loka-pala-

                  virinca-vaikuntha-surendra-gamyam

                  jyotih param yatra rajas tamas ca

                 sattvam na yad brahma nirasta-bhedam

 

                               SYNONYMS

 

   na--not; te--of Your Lordship; giri-tra--O King of the mountains; akhila-loka-pala--all the directors of departments of material activities; virinca--Lord Brahma; vaikuntha--Lord Visnu; sura-indra--the King of heaven; gamyam--they can understand; jyotih--effulgence; param--transcendental; yatra--wherein; rajah--the mode of passion; tamah ca--and the mode of ignorance; sattvam--the mode of goodness; na--not; yat brahma--which is impersonal Brahman; nirasta-bhedam--without distinction between demigods and human beings.

 

                             TRANSLATION

 

   O Lord Girisa, since the impersonal Brahman effulgence is transcendental to the material modes of goodness, passion and ignorance, the various directors of this material world certainly cannot appreciate it or even know where it is. It is not understandable even to Lord Brahma, Lord Visnu or the King of heaven, Mahendra.

 

                               PURPORT

 

   The brahmajyoti is actually the effulgence of the Supreme Personality of Godhead. As stated in Brahma-samhita (5.40):

 

               yasya prabha prabhavato jagad-anda-koti-

                kotisv asesa-vasudhadi-vibhuti-bhinnam

               tad brahma niskalam anantam asesa-bhutam

                govindam adi-purusam tam aham bhajami

 

   "I worship Govinda, the primeval Lord, who is endowed with great power. The glowing effulgence of His transcendental form is the impersonal Brahman, which is absolute, complete and unlimited and which displays the varieties of countless planets, with their different opulences, in millions and millions of universes." Although the impersonal feature of the Absolute is an expansion of the rays of the Supreme Personality of Godhead, He does not need to take care of the impersonalists who enter the brahmajyoti. Krsna says in Bhagavad-gita (9.4), maya tatam idam sarvam jagad avyakta-murtina: "In My impersonal feature I pervade this entire universe." Thus the avyakta-murti, the impersonal feature, is certainly an expansion of Krsna's energy. Mayavadis, who prefer to merge into this Brahman effulgence, worship Lord Siva. The mantras referred to in text 29 are called mukhani pancopanisadas tavesa. Mayavadis take all these mantras seriously in worshiping Lord Siva. These mantras are as follows: (1) tat purusaya vidmahe santyai, (2) maha-devaya dhimahi vidyayai, (3) tan no rudrah pratisthayai, (4) pracodayat dhrtyai, (5) aghorebhyas tama. ..,  (6) atha ghorebhyo moha. .., (7) aghorebhyo raksa. .., (8) aghoratarebhyo nidra. .., (9) sarvebhyah sarva-vyadhyai, (10) sarva-sarvebhyo mrtyave, (11) namas te 'stu ksudha. .., (12) rudra-rupebhyas trsna. .., (13) vamadevaya raja. .., (14) jyesthaya svaha. .., (15) sresthaya ratyai, (16) rudraya kalyanyai, (17) kalaya kama. .., (18) kala-vikaranaya sandhinyai, (19) bala-vikaranaya kriya. ..,  (20) balaya vrddhyai, (21) balacchaya. ..,  (22) pramathanaya dhatryai, (23) sarva-bhuta-damanaya bhramanyai, (24) manah-sosinyai, (25) unmanaya jvara. .., (26) sadyojatam prapadyami siddhyai, (27) sadyojataya vai namah rddhyai, (28) bhave dityai, (29) abhave laksmyai, (30) natibhave medha. ..,  (31) bhajasva mam kantyai, (32) bhava svadha. .., (33) udbhavaya prabha. ..,  (34) isanah sarva-vidyanam sasinyai, (35) isvarah sarva-bhutanam abhaya-da. ..,  (36) brahmadhipatir brahmanodhipatir brahman brahmesta-da. .., (37) sivo me astu maricyai,  (38) sadasivah jvalinyai.

   The impersonal Brahman is unknown even to the other directors of the material creation, including Lord Brahma, Lord Indra and even Lord Visnu. This does not mean, however, that Lord Visnu is not omniscient. Lord Visnu is omniscient, but He does not need to understand what is going on in His all-pervading expansion. Therefore in Bhagavad-gita the Lord says that although everything is an expansion of Him (maya tatam idam sarvam), He does not need to take care of everything (na caham tesv avasthitah), since there are various directors like Lord Brahma, Lord Siva and Indra.

 

                               TEXT 32

 

                                 TEXT

 

                 kamadhvara-tripura-kalagarady-aneka-

              bhuta-druhah ksapayatah stutaye na tat te

             yas tv anta-kala idam atma-krtam sva-netra-

               vahni-sphulinga-sikhaya bhasitam na veda

 

                               SYNONYMS

 

   kama-adhvara--sacrifices for sense gratification (like Daksa-yajna, the sacrifices performed by Daksa); tripura--the demon named Tripurasura; kalagara--Kalagara; adi--and others; aneka--many; bhuta-druhah--who are meant for giving trouble to the living entities; ksapayatah--being engaged in their destruction; stutaye--your prayer; na--not; tat--that; te--speaking to you; yah tu--because; anta-kale--at the time of annihilation; idam--in this material world; atma-krtam--done by yourself; sva-netra--by your eyes; vahni-sphulinga-sikhaya--by the sparks of fire; bhasitam--burned to ashes; na veda--I do not know how it is happening.

 

                             TRANSLATION

 

   When annihilation is performed by the flames and sparks emanating from your eyes, the entire creation is burned to ashes. Nonetheless, you do not know how this happens. What then is to be said of your destroying the Daksa-yajna, Tripurasura and the kalakuta poison? Such activities cannot be subject matters for prayers offered to you.

 

                               PURPORT

 

   Since Lord Siva considers the great acts he performs to be very unimportant, what was to be said of counteracting the strong poison produced by the churning? The demigods indirectly prayed that Lord Siva counteract the kalakuta poison, which was spreading throughout the universe.

 

                               TEXT 33

 

                                 TEXT

 

             ye tv atma-rama-gurubhir hrdi cintitanghri-

               dvandvam carantam umaya tapasabhitaptam

                katthanta ugra-parusam niratam smasane

                te nunam utim avidams tava hata-lajjah

 

                               SYNONYMS

 

   ye--persons who; tu--indeed; atma-rama-gurubhih--by those who are self-satisfied and who are considered to be spiritual masters of the world; hrdi--within the heart; cintita-anghri-dvandvam--thinking of your two lotus feet; carantam--moving; umaya--with your consort, Uma; tapasa abhitaptam--highly advanced through practice of austerity and penance; katthante--criticize your acts; ugra-parusam--not a gentle person; niratam--always; smasane--in the crematorium; te--such persons; nunam--indeed; utim--such activities; avidan--not knowing; tava--your activities; hata-lajjah--shameless.

 

                             TRANSLATION

 

   Exalted, self-satisfied persons who preach to the entire world think of your lotus feet constantly within their hearts. However, when persons who do not know your austerity see you moving with Uma, they misunderstand you to be lusty, or when they see you wandering in the crematorium they mistakenly think that you are ferocious and envious. Certainly they are shameless. They cannot understand your activities.

 

                               PURPORT

 

   Lord Siva is the topmost Vaisnava (vaisnavanam yatha sambhuh). It is therefore said, vaisnavera kriya-mudra vijne na bujhaya. Even the most intelligent person cannot understand what a Vaisnava like Lord Siva is doing or how he is acting. Those who are conquered by lusty desires and anger cannot estimate the glories of Lord Siva, whose position is always transcendental. In all the activities associated with lusty desires, Lord Siva is an implement of atma-rama. Ordinary persons, therefore, should not try to understand Lord Siva and his activities. One who tries to criticize the activities of Lord Siva is shameless.

 

                               TEXT 34

 

                                 TEXT

 

               tat tasya te sad-asatoh paratah parasya

              nanjah svarupa-gamane prabhavanti bhumnah

               brahmadayah kim uta samstavane vayam tu

               tat-sarga-sarga-visaya api sakti-matram

 

                               SYNONYMS

 

   tat--therefore; tasya--of that; te--of Your Lordship; sat-asatoh--of the living entities, moving and not moving; paratah--transcendentally situated; parasya--very difficult to understand; na--nor; anjah--as it is; svarupa-gamane--to approach your reality; prabhavanti--it is possible; bhumnah--O great one; brahma-adayah--even such persons as Lord Brahma; kim uta--what to speak of others; samstavane--in offering prayers; vayam tu--as far as we are concerned; tat--of you; sarga-sarga-visayah--creations of the creation; api--although; sakti-matram--to our ability.

 

                             TRANSLATION

 

   Even personalities like Lord Brahma and other demigods cannot understand your position, for you are beyond the moving and nonmoving creation. Since no one can understand you in truth, how can one offer you prayers? It is impossible. As far as we are concerned, we are creatures of Lord Brahma's creation. Under the circumstances, therefore, we cannot offer you adequate prayers, but as far as our ability allows, we have expressed our feelings.

 

                               TEXT 35

 

                                 TEXT

 

                        etat param prapasyamo

                        na param te mahesvara

                         mrdanaya hi lokasya

                     vyaktis te 'vyakta-karmanah

 

                               SYNONYMS

 

   etat--all these things; param--transcendental; prapasyamah--we can see; na--not; param--the actual transcendental position; te--of Your Lordship; maha-isvara--O great ruler; mrdanaya--for the happiness; hi--indeed; lokasya--of all the world; vyaktih--manifested; te--of Your Lordship; avyakta-karmanah--whose activities are unknown to everyone.

 

                             TRANSLATION

 

   O greatest of all rulers, your actual identity is impossible for us to understand. As far as we can see, your presence brings flourishing happiness to everyone. Beyond this, no one can appreciate your activities. We can see this much, and nothing more.

 

                               PURPORT

 

   When the demigods offered these prayers to Lord Siva, their inner purpose was to please him so that he would rectify the disturbing situation created by the halahala poison. As stated in Bhagavad-gita (7.20), kamais tais tair hrta jnanah prapadyante 'nya-devatah: when one worships demigods, this is certainly because of deep-rooted desires he wants fulfilled by the mercy of those demigods. People are generally attached to the worship of demigods for some motive

 

                  

 

SHIVARATRI, A CONSUMAÇÃO DA UNIÃO ETERNA DE SHIVA E SHAKTI.

Com Base em Versão do Prabhu Hari Govinda

e no site http://www.angelfire.com/ab6/om/shivaratri.html

 O dia de Shivaratri é comemorado em toda a Índia nos templos de Shiva e nos principais centros de yoga no décimo quarto dia após a Lua cheia, no início de Fevereiro ou final de Janeiro. É um dia muito especial, em que dentre as comemorações extremamente favorecedoras, se narra esta história para atrair os ótimos fluídos em nossas vidas e se ter sucesso com as práticas de yoga. Foi com o advento da união matrimonial de Shiva com Shakti que surgiram os ensinamentos de yoga e foram revelados de Shiva para sua esposa a pedido dela, em benefício dos seres humanos e dos animais. O conto de profundo e abrangente simbolismo, segue assim. 

Na antiga e longínqua Índia, berço da sabedoria infinita, em tempos muitos remotos, desde que Parvati (que significa Filha das Montanhas), encarnação de Sati, eterna  consorte de Shiva, nasceu na casa do rei Himachala (divindade do Himalaia), como sua filha, as montanhas se converteram em uma morada de bênçãos e prosperidade. Os sábios ergueram belas ermidas por toda parte e o Himalaia proporcionou a todos bons refúgios (na forma de cavernas, etc.).

Jovens árvores de variedades distintas foram dotadas de botões e frutos que nunca terminavam e nas belas montanhas apareceram minas e depósitos naturais de diversas classes de pedras preciosas e talismãs.

  Todos os rios levavam águas santas e purificadoras; todos se regozijavam: pássaros, animais selvagens, abelhas. Todos os animais esqueciam suas inimizades naturais e viviam em um clima de paz e cordialidade mutua. Com a chegada e de Guiridja (sinônimo de Parvati) as montanhas pareciam especialmente belas, tal qual a face de um yogui iluminado. Cada dia era um novo prazer na casa de Himachala, cuja glória era cantada e prestigiada até mesmo pelas grandes divindades como Brahma (o criador). Ouvindo falar disto o sábio Narada quis ir à casa de Himachala (se pronuncia Rimatchal). O rei das montanhas e divindade tutelar do Himalaia, lhe recebeu com muita reverência; após lavar os pés do sábio, lhe conduziu a um belo assento. Inclinou sua cabeça aos pés de Narada, tal como sua esposa e  borrifou toda  sua morada com água santificada por seus pés. Himachala falou do quão afortunado era e chamando sua filha, a colocou aos pés do santo homem.

  “Tu sabes tudo, presente, passado e futuro. Penetras em tudo. Portanto, oh bom sábio, considera e diz-me o que há de bom e o que há de mal em minha filha”    

  O sábio, sorrindo, respondeu com estas palavras doces e reveladoras: “Tua filha é uma mina de virtudes; é bela, amável e inteligente por natureza. Será chamada“UMA”, “AMBIKA” (mãe) e “BHAVANI” (deusa). Adornada com todas as boas qualidades, a mocinha ganhará o amor sem defeitos de seu esposo. Permanecerá unida a seu senhor para sempre e trará glórias a seus pais. Merecerá o respeito de todo o universo; aquele que pedir a ela, obterá tudo! Só pensando em seu nome, as mulheres deste mundo poderão permanecer fiéis a seus senhores, o que é difícil como andar no fio de uma navalha. Tua filha, oh Himachala, foi dotada de sinais favoráveis. Escuta agora os poucos defeitos que possui. Desprovida de méritos, livre de orgulho, sem pai nem mãe, despreocupada e livre de dúvidas...

Um asceta de cabelo emaranhado e coração livre de todo anseio, completamente nu e com estranhos adereços, tal será seu senhor, pois eu posso ler na palma de sua mão”.

  Ao ouvir as palavras do sábio e tomando-las como certas Himachala e sua esposa ficaram muito desconsolados, enquanto que Uma estava muito contente. Nem sequer Narada podia perceber esta diferença entre eles. Embora sua expressão exterior fosse igual, seu sentimento era diferente. Guiridja e todos seus companheiros de folguedos, Himachala e sua esposa, todos tinham os pelos eriçados e os olhos cheios de lágrimas. As palavras do sábio celestial Narada haveriam de ser certas! Uma as recordava em seu coração com alegria. O amor pelos pés de lótus de Shiva brotou em seu coração. No entanto, carecia de confiança em si mesma, pois a união com Siva (se pronuncia Shiva) lhe parecia muito difícil. Compreendendo que o momento não era apropriado para revelações,escondeu suas emoções e se sentou ao lado de um de seus companheiros. A predição do sábio não poderia ser falsa! Este pensamento preocupava Himavan (sinônimo de Himachal, pronuncia-se Rimavam) e sua esposa, assim como aos amigos de Uma. Acalmando-se o senhor das montanhas disse: “Diz-me, santo senhor, que solução deveríamos aplicar?”

O chefe dos sábios, Narada, respondeu-lhe: “Escuta, oh Himavan; ninguém pode mudar o que o destino preparou, nem deuses, demônios, seres humanos, Nagas ou sábios. Entretanto, te darei uma solução: pode ser que te sirva se o céu te ajudar. Sem dúvida Uma terá o esposo que te descrevi. Mas, de acordo aos meus conhecimentos, os defeitos do esposo de Uma estão presentes em Siva. Se ela se casar com Shamkara (um dos nomes de Siva, significa: “Bondade Personificada”), todos considerarão os defeitos tão bons como as virtudes. Ainda que o Sri Hari (Vishnu, a divindade da manutenção e da continuidade) utilize o deus-serpente como leito e durma sobre ele, os sábios não o culpam por isto. Ainda que o Sol e o fogo, absorvam toda a umidade em todos os objetos, esta não lhe umidece. Todo tipo de água pura e impura flui no Ganges, mas o santo rio não é considerado impuro. Tal qual o Sol, o fogo e o Ganges, o sábio não conhece a culpa. Sentindo-se orgulhosos de sua sabedoria, os homens imitam os grandes sábios e com esta ofensa são lançados ao fogo do inferno durante todo um KALPA, período de duração da vida no universo. Pode uma alma encarnada lutar contra Deus?”

  “Os homens santos não devem beber vinho, ainda que lhes seja dito que foi feito com água do Ganges; mas este mesmo vinho se torna puro quando se verte no Ganges. A diferença entre a alma individual e Deus deve explicar-se também assim. Shambho (Shiva), é todo poderoso por natureza, pois é o próprio Deus. Portanto o matrimônio com Ele será de todo favorável. O grande senhor Siva é verdadeiramente difícil de agradar, mas fica satisfeito em seguida quando se faz penitência. Se sua filha pratica austeridades, o matador do demônio Tripura, Siva, pode inclusive apagar as linhas do destino. E, embora haja muitos no mundo que pretendam a mão de sua filha, ela não pode ter outro companheiro exceto Siva! Ele é o doador de todos os pedidos, dissipador do sofrimento de quem suplica, oceano de bondade e alegria dos yoguis. Sem agradar a Siva não se pode satisfazer os desejos nem com milhões de práticas yoguis e JAPAS (repetição de mantras, ou fórmulas mágicas e sagradas)”.

Dizendo isto e com a mente fixa em Sri Hari, sua divindade tutelar, Narada deu suas bênçãos a Guiridja e disse: “Esqueça todo o temor, oh senhor das montanhas; tudo sairá bem”.

 

  Depois de falar assim, o sábio regressou à morada de Brahma (o criador). Agora escuta como foi o final da história. Ao encontrar seu esposo só, Mena (esposa de Himavan) lhe disse: “Meu senhor, eu não pude compreender as palavras do sábio. Se o companheiro de nossa filha, sua casa e sua linhagem são incomparáveis e dignos de Uma, deve se realizar logo o matrimônio. Do contrário, é melhor que a mocinha continue solteira, já que Uma é tão querida por mim como minha própria vida. Se não conseguimos um esposo digno de Guiridja, todos dirão que Himachala é torpe por natureza. Recorda isto meu senhor, quando fores estabelecer a aliança para que não possa haver causa de arrependimento”. Depois destas palavras, Mena se prostrou com a cabeça aos pés de seu senhor. Ele, Himalaia (outro nome de Himavan), senhor das montanhas replicou com voz carinhosa: “Antes sairão chamas de fogo da Lua se a profecia de Narada for falsa”.

“Esqueça toda preocupação querida, e fixa tua mente no Senhor. Só Ele que criou Parvati lhe dará a felicidade. Se tens amor por sua filha, vá e aconselhe-a a praticar austeridades para que produza  sua união com Siva; não há outra forma de superar a tristeza. As palavras de Narada são sábias e cheias de razão. Siva (que carrega um touro como emblema) é fonte de belezas e virtudes; sabendo disto não abrigues nenhum temor. Shamkara (Siva) é irresistível em todos os aspectos”.  

Depois de ouvir as palavras de seu esposo, Mena se sentiu contente; num instante se ergueu e foi onde estava Guiridja. Ao ver Uma, lágrimas brotaram de seus olhos e com carinho colheu a menina em seu regaço. Por vezes lhe abraçara, sua voz estava tomada pela emoção e sua língua estava paralisada. A mãe do universo, a onisciente Bhavani, falou então estas doces palavras que alegraram o coração de sua mãe.

  “Escuta mãe, vou contar-te uma visão que tive. Um brahman belo e de charmosa figura me deu o seguinte conselho: Reconhecendo as palavras de Narada vá e pratica austeridade, oh donzela das montanhas, a idéia é também do agrado de teus pais. A austeridade (a prática de yoga é tida como tal) conduz a alegria e põe fim as tristezas e aos males. Pela virtude da penitência Brahma criou o universo. Graças à penitência Vishnu protege o mundo inteiro. Graças a penitência Shambho (Siva) se encarrega de transformá-lo. Também graças a penitência Shisha (o deus serpente) leva o peso da terra sobre sua cabeça. Na verdade a criação inteira se sustenta com a penitência, Bhavani. Tenha isto presente e pratica a austeridade”. Ao ouvir isto, a mãe ficou maravilhada, chamou Himalaia e lhe comunicou a visão. Após consolar seus pais, Uma saiu para fazer penitência cheia de prazer. Toda sua família chorava de pena e ninguém dizia nada.

  Então veio o sábio Vedasira e consolou a todos. Sentiam-se aliviados ao ouvir falar das glórias de Parvati.

 

Amando em seu coração os pés de seu senhor, Uma foi ao bosque e começou sua penitência. Sua delicada constituição não era muito apropriada para fazer austeridades, mas ela renunciou a todos os luxos fixando a mente nos pés de seu senhor. Sua devoção aos pés de Siva aumentava a cada dia e ficou tão absorta na penitência que perdeu toda consciência de seu corpo. Durante mil anos viveu só de raízes e frutos. Nos cem anos seguintes sobreviveu apenas com vegetais. Logo, por uns dias seus únicos alimentos foram à água e o ar e depois jejuou alguns dias mais. Durante três mil anos se alimentou de folhas secas que caiam da árvore Bel (consagrada a Siva). Finalmente deixou inclusive de comer estas folhas. Então adotou o nome de APARNA (que vive até sem folhas). Vendo seu corpo mortificado de tanto sacrifício, a voz profunda de Brahma (o criador) ressoou no céu: “Escuta, filha do rei da montanha; teu desejo será cumprido. Abandona tuas penitências; aquele que destruiu Tripura será logo teu. Já houveram muitos sábios, controlados e iluminados, mas nenhum deles realizou tais penitências, Bhavani. Agora desfruta destas palavras supremas do céu e saiba que são verdadeiras e sagradas para sempre. Quando teu pai chegar a ti não resista e volte para casa em seguida. E quando vires os sete sábios (constelação Ursa Maior), confia na veracidade deste oráculo”. Guiridja se regozijou ao ouvir estas palavras de Brahman que o céu havia derramado e sentiu um estremecimento de alegria por todo seu corpo.

O sábio Yajnavalkya (pronuncia-se Yaguiniavalkya) que estava narrando este conto ao rei Bharadwaja disse: “Te contei a bela história de Uma; agora escuta o maravilhoso relato da história de Shambho (Siva). Desde que Sati abandonou seu corpo, a mente de Siva afastou-se de tudo e submergiu em profunda meditação. A encarnação da inteligência e da sorte, a fonte da felicidade, Siva, que está livre do erro, da arrogância e do desejo, vagava pela terra     com o coração fixo em sua essência sublime. Ensinava a sabedoria aos sábios. Ainda que livre de paixão e onisciente, o Senhor estava aflito pela separação de sua devota, a amada Sati. Assim passou muito tempo. Sri Rama (uma das formas de Vishnu), que é  um em essência com Siva, apareceu perante Shamkara (Siva) e lhe falou de muitas formas – Quem senão tu podes cumprir tal promessa?” Yaguiniavalkya prosseguiu: Sri Rama lhe deu muitos conselhos e lhe falou de Sati reencarnada como Parvati. Sri Rama em sua infinita compaixão lhe contou detalhadamente as ações yoguis de Guirija e seu fervoroso propósito.

  “Agora Siva, se tens amor por mim, escuta meu pedido. Vá e casa-te com Sailaja (filha de Himalaia); concede-me este pedido.” Siva respondeu: “Ainda que não se compreenda, as palavras de um mestre não se pode rechaçar.  Tua ordem deve ser levada a cabo com toda obediência; é meu dever primordial. As palavras dos pais, mestres, professores devem ser obedecidas sem tardança, pois levam à felicidade. Tu és meu supremo benfeitor, por isso meu Senhor, me prostro a teus mandos”. O Senhor Rama, que muito ama Siva, ficou satisfeito ao escutar as justas palavras de Shamkara, inspiradas pela sabedoria e piedade. Sri Rama disse: “Fizeste sua promessa, agora recorda o que te disse” Dizendo isto, desapareceu. Neste exato momento os Sete Sábios (Sapta Rishis), vieram ver Siva. O Senhor Siva lhes falou com belíssimas palavras. “Ide até Parvati e ponha a prova seu amor. Depois levem seu pai Himalaia até ela, mandem-na de volta para sua casa e dissipem suas dúvidas.”

  Então os sábios vieram até Gouri (Parvati, significa a de corpo belo) como se esta fosse a penitência em pessoa e lhe disseram: “Escuta, filha de Himachala, por que praticas uma penitência tão árdua? A quem adoras e o que buscas? Porque não nos revela teu segredo?”

Em resposta: “Me sinto muito fraca para cumprir minha missão. Vós rireis ao escutar minhas loucuras. Minha mente adotou uma postura rígida e não presta atenção aos conselhos; poderia inclusive levantar um muro d’água. Confiando na verdade da profecia de Narada anseio voar mesmo sem ter asas. Fixa em minha loucura, sempre anseio em ter Siva como esposo.”

  Ao ouvir esta resposta os sábios riram e disseram: “Ainda por cima teu corpo deve tua existência a uma montanha (Himalaia); diz-nos quem escutou as palavras de Narada e que viva ainda em sua casa? Narada chamou e repreendeu os filhos de Daksha e estes não voltaram a ver suas casas. Destruiu a casa de Chitraketu e logo Hiranyakasipu sofreu o mesmo destino. Os homens e mulheres que escutam as palavras de Narada deixam sempre seus lugares e se tornam mendigos. De coração astuto, tem os atributos de um homem piedoso e gostaria que todos fossem como ele. Confiando em suas palavras tu desejas um esposo apático por natureza, desprovido de atributos, sem vergonha nem casa, desnudo, de aspecto pouco agradável, com uma guirlanda de caveiras no pescoço, ademais não tem família e se adorna com serpentes. Diz-nos que felicidade esperas ao conseguir um marido assim? Fostes uma presa fácil para os planos deste impostor!”

  “Siva se casou com Sati por intervenção de alguns amigos, mas logo Ele a abandonou e deixou que morresse. Agora Siva vive despreocupado, pede esmolas e desfruta de bom sono. Podem as mulheres, permanecer sempre reclusas em uma casa? Aceita nosso conselho. Temos pensado em um companheiro excelente para ti, excepcionalmente belo, piedoso, agradável e bondoso, cujas glórias e façanhas contam os Vedas. Ele é livre de toda mácula, é uma mina de todas as virtudes e senhor de Lakshimi (deusa da prosperidade) e tem sua morada em Vaikuntha (morada celestial de Vishnu). Faremos tudo para que possa te unir a Ele.”

Ao ouvir isto; Bhavani riu e disse: “Vós haveis dado conta de que meu corpo é feito de pedra. Preferia morrer antes de abandonar meu propósito. O ouro é um produto da pedra que não perde sua qualidade apesar de ser lançado no fogo. Eu não posso esquecer-me das palavras de Narada, a mim não me importa se minha casa esteja cheia ou vazia. Aquele que não tem fé nas palavras de seu mestre não pode alcançar a felicidade, êxito, nem sequer em sonhos.”

  E continuou: “Pode ser que o grande deus Siva esteja cheio de faltas e Vishnu seja fonte de virtudes. No entanto, vós só desejais o que alegra vosso coração. Se tivessem me falado antes, oh grandes sábios, haveria escutado vosso conselho com respeito, mas agora que consagrei minha vida a Shambho, quem vai pesar seus méritos e faltas?”

“Se estais empenhados em unir um casal e não podeis evitá-lo, não faltam pretendentes e donzelas que podeis unir, os que encontram satisfação nessas atividades não conhecem aborrecimento. Mas eu devo casar-me com Shambho ou continuar virgem, não importa se tenho que continuar tentando por mais dez milhões de vidas. Não me esquecerei dos conselhos de Narada ainda que o próprio Shambho me diga cem vezes que o faça . Me prostro aos vossos pés. Por favor voltem para vossa casa, já é tarde .“ Ao ver a glória e devoção de Parvati, os grandes sábios exclamaram: “Glória a ti oh Bhavani, mãe do universo! Tu és Maya enquanto Siva é o próprio Deus. Vos sois os pais do universo inteiro.” Prostrando a cabeça aos pés de Parvati, partiram. Por seus corpos corria um estremecimento de emoção que lhes invadia uma e outra vez.

  Os sábios se foram e enviaram Himavan até Guiridja, que após muitas súplicas conseguiu leva-la de volta para casa. Então os sábios foram até Siva e lhe contaram toda a maravilhosa história de Uma. Siva ficou encantado ao ouvir falar de seu amor e os Saptarishis (os Sete Sábios) regressaram para suas casa cheios de alegria.

Logo Shambho, concentrou sua mente e começou a meditar. Naqueles dias havia aparecido um demônio chamado Taraka; sua força, glória e majestade eram verdadeiramente grandes. Havia conquistado todas as dimensões e planos bem como seus guardiões e todos os deuses se achavam destituídos de felicidade e prosperidade. Taraka não conhecia a idade nem a morte e era invencível. Os deuses haviam lutado contra ele muitas vezes e sempre perdiam. Então foram até Virantchi (Brahma) e lhe falaram de seus males. O criador os encontrou em um estado muito miserável. E lhes consolou dizendo: “O demônio só será destruído quando nasça um filho do lombo de Shambho, pois só ele poderá vencer Taraka. Atuem de acordo com o que vos digo. Obterão ajuda divina e vossos planos terão êxito. Sati que deixou seu corpo no YAGUIA (fogo sacrificial) realizado pelo rei Daksha, voltou a nascer na casa de Himachala. Ela fez penitência para se casar com Shambho; e Siva que renunciou a tudo está absorvido em profunda meditação. Ainda que não pareça adequada escutem minha proposta. Ide até KAMADEVA (o cupido da mitologia hindu) e enviem-no até Siva; deixem que rompa a serenidade de sua mente. Logo iremos e prostrando-nos aos pés de Siva o convenceremos para que se case ainda que seja contra sua vontade. Só assim serão atendidos os pedidos dos deuses.”

Todos ali presentes responderam: ”A idéia é excelente”. Então os deuses rezaram com grande fervor e o deus do amor, armado com cinco flechas (o lótus branco, a flor Asoka, o botão da mangueira, o jasmim, o lótus azul) e com um peixe como emblema em seu estandarte, apareceu perante eles.   

  Os deuses lhe contaram seus sofrimentos, ao ouvir seu relato, o deus do amor ficou pensativo, sorridente e falou deste modo: “Se vou contra Shambho, não receberei nenhum bem. No entanto farei o que me pedis, pois os Vedas dizem que a bondade é a maior das virtudes. Os santos sempre exaltam a quem entrega a vida ao serviço dos demais.” Dizendo isto, o deus do amor se prostrou perante eles e partiu com seus amigos e com o ramo de flores (flechas) na mão. Quando se ia, o Amor pensou que a inimizade com Siva significava a morte certa. Então lançou seu poder e o mundo inteiro se pôs a seu serviço. Quando Kama (o cupido) mostrou sua ira, todas as barreiras impostas pelos Vedas (livros de sabedoria) desmoronaram no mesmo instante. Todo o exército de Viveka (discernimento), castidade, votos de celibato, todo tipo de autodomínio, força, piedade, sabedoria espiritual e conhecimento da divindade qualificada com forma ou sem ela, a moral, as orações e o desapego ficaram desmoronados.

 

 Viveka (discernimento) iniciou um vôo com seus aliados, seus grandes guerreiros se retiraram do campo de batalha. Se foram todos e se esconderam nas cavernas das montanhas, que eram os livros sagrados daquele tempo. Houve uma grande revolução no mundo e todos disseram: “Deus meu, que irá suceder? Que poder nos salvará? Quem é este sobre-humano com duas cabeças, que para vence-lo o senhor de Rati, o Amor, levantou com fúria seu arco e flechas?”

Todas as mentes se encherem de luxúria, os ramos das árvores de dobraram ao ver as trepadeiras. Os rios, como torrentes se precipitaram a unir-se com o oceano; os lagos e tanques se uniram com mútuo amor. Se tais coisas se sucederam na criação inanimada, quem poderia dizer as ações dos seres sensíveis. As bestas que caminhavam sobre a terra, os pássaros que sulcam o ar e a água perderam todo sentido do tempo e foram vítimas da luxúria. O mundo inteiro entrou em um estado de agitação e ficou ofuscado pela paixão. Os deuses, demônios, seres humanos, kinaras (semideuses), serpentes, espíritos do mal, fantasmas e vampiros, até os siddhas (adeptos espirituais de grande realização), os sábios que não sentem atração pelo mundo e os que praticam penitências e austeridades esqueceram-se de suas práticas sob a influência da luxúria. E se tais pessoas estavam possuídos pela luxúria, quem dirá o povo comum! Aqueles que sempre haviam olhado a criação animada e inanimada como cheia e impregnada de uma única essência indestrutível e eterna, agora a viam constituída apenas de puro sexo. As mulheres viam o mundo cheio de homens, enquanto que para estes estava cheio de mulheres. E este maravilhoso jogo do Amor durou no universo quase uma hora.     

  Ninguém podia manter-se controlado, todos os corações haviam sido roubados pelo deus do amor. O feitiço durou quase que uma hora até que Kama encontrou Shambho. O cupido tremeu ao ver Siva e o mundo inteiro voltou a calma. Imediatamente todos os seres vivos recobraram sua paz mental tal qual o homem ébrio sente alívio quando passa o efeito do álcool. Ao ver Bhagavan Rudra (Siva) o deus do amor se encheu de terror, pois Siva é difícil de vencer e compreender. Sentiu-se tímido e incapaz de fazer qualquer coisa. Finalmente se decidiu pela morte e preparou um plano. Então fez com que aparecesse a bela primavera, rainha de todas as estações; apareceram fileiras de árvores carregadas de flores. Os bosques e alamedas, os vales e lagos e todo o céu adquiriram uma aparência belíssima. Por toda a parte parecia que a natureza transbordava de amor e a vista de tanta beleza a paixão se acendia até nas almas dos mortos. Uma brisa fresca, suave e fragrante aliviava o fogo da paixão como se fosse sua fiel companheira. Fileiras de lótus floresciam nos lagos e enxames de abelhas zumbiam sobre eles. Os cisnes e papagaios emitiam doces sons e donzelas celestiais cantavam e bailavam.

  O deus do amor, com seu exército de seguidores havia esgotado seus inúmeros estratagemas, no entanto o êxtase de Siva não se quebrava. Isto enfureceu Kama. Vendo uma bela ramagem numa mangueira, o deus do amor subiu nela com cara de frustração. Juntou suas cinco flechas e com o olhar cheio de ira esticou o arco até as orelhas. Disparou as cinco flechas e estas feriram o peito de Siva. O êxtase se rompeu e Shambho despertou..

 

A mente do Senhor estava muito perturbada. Abrindo os olhos, mirou os arredores. Quando viu Kama escondido atrás das folhas da mangueira, ficou muito furioso e isto fez tremer as três esferas (a animal, a humana e a divina). Então Siva abriu o seu terceiro olho e fitou Kama que ficou reduzido a cinzas. Um grande lamento se estendeu por todo universo. Os deuses estavam alarmados e os demônios satisfeitos. Pensar nas perdas dos prazeres sensuais entristecia aos voluptuosos, enquanto que muitos se sentiam livres de um espinho. Os que viviam em meditação ficaram livres de tormentos, enquanto que Rati (esposa de Kama) desmaiou ao interar-se da sorte de seu senhor. Aproximou-se de Shamkara chorando, lamentando-se e suplicando de muitas formas ficou parada perante Siva com as mãos juntas. Ao ver a desvalida mulher, o bondoso Senhor Siva, a quem é fácil de aplacar, profetizou deste modo: “De agora em diante Rati, teu esposo será chamado Ananga (incorpóreo); terá poderes mesmo carecendo de corpo. Escuta agora como voltarás a estar com ele. Quando Sri Krishna descender na linhagem de Yadu para aliviar a Terra do sofrimento, teu senhor nascerá de novo como Seu filho (Pradyumna); esta predição não pode deixar de se cumprir.”

  Depois de escutar as palavras de Shamkara, Rati se foi. Agora contarei o resto da história. Quando Brahma (o criador) e os outros deuses se interaram do sucedido, foram até  Vaikuntha (morada de Vishnu). Dela todos os deuses, incluindo Vishnu e Viranchi (Brahma) foram até o misericordioso Siva. Falaram severamente e agradaram o Senhor cujo estandarte está adornado com a meia Lua. Então Siva, oceano de compaixão disse: “Digam-me, imortais, que desejais?” E Brahma replicou: “Senhor, Tu és quem controla tudo; ainda assim mestre, minha devoção a Ti me empurra a fazer-te esta súplica: Os corações de todos os mortais estão dominados por um desejo muito forte. Eles anseiam poderem ser testemunhas de Teu casamento com seus próprios olhos, meu Senhor. Oh humilde Senhor do Amor! Faze que de alguma forma nossos olhos possam se regozijar com este feliz sucesso. Tendo queimado o deus do amor, fizestes bem em conceder um favor a Rati, oh oceano de compaixão. Depois de aplicar o castigo, os bons mestres costumam derramar sua graça como conseqüência natural. Parvati praticou penitência até um ponto difícil de avaliar, aceita-la agora com carinho.” Ao ouvir a súplica de Brahma e recordando as palavras de Sri Rama, Siva respondeu com alegria: “EVA MASTU, (que assim seja)!” Então os deuses fizeram ressonar seus instrumentos e fazendo cair uma chuva de flores exclamaram: ”Vitória, vitória ao Senhor dos céus!”Crendo que o momento era oportuno os Sete Sábios (Sapta Rishis)  fizeram sua aparição e imediatamente Brahma os enviou a casa de Himavan. Em primeiro lugar foram ver Bhavani e se dirigiram a ela com estas palavras ao mesmo tempo doces e enganosas.

  “Por fiar-te nos conselhos de Narada, não prestastes atenção a nossas advertências. Tua promessa foi destruída, pois o grande Senhor Siva queimou o deus do amor.” Ao ouvir isto, Bhavani sorriu e disse: “Oh grandes e iluminados sábios, falastes bem. Segundo vós, agora Shamkara queimou o deus do amor, mas até sofria por causa do amor. No entanto, eu sei que Siva está eternamente em contato com o infinito, não foi criado, é irrepreensível, livre de toda paixão e alegria humana. Sabendo que assim o é, se eu lhe tenho servido com amor em  pensamento, palavra e obra, escutem-me , grandes sábios: O Senhor misericordioso fará com que se cumpra minha promessa. Vossa afirmação de que Hara (Siva) queimou o deus do amor dá mostras de uma lamentável falta de pensamento em vós. O fogo, amigos, possui a propriedade inerente de que o orvalho não se pode aproximar, se o faz perece irremediavelmente. Igualmente ocorre com o deus do amor e o grande Siva.”

Ao escutar a Bhavani e ver sua devoção e sua fé, os sábios se alegraram. Inclinaram suas cabeças perante ela e foram até Himavan. Contaram-lhe o ocorrido e ele se sentiu muito triste ao saber que Siva tinha queimado o deus do amor. Logo os sábios lhe disseram do favor concedido a Rati e deste modo Himavan se sentiu mais consolado. Recordando a glória de Shambho, Himachala citou grandes sábios. Fixou uma data favorável segundo as posições das estrelas e uma hora bem determinada. Depois de decidir o momento exato do casamento anotou todos estes dados segundo os preceitos védicos. Himachala entregou as anotações com a hora exata do casamento aos Sete Sábios e unindo os pés, lhe apresentou suas súplicas. Chamando Brahma lhe deram as anotações e quando as leu, seu coração estava transbordando de felicidade. Brahma leu as anotações para todos os deuses e sábios que se alegraram ao escutá-las. Caiam flores do ar, a música saia de diversos instrumentos e se colocaram jarros propícios em toda parte.

Os deuses começaram a enfeitar seus carros aéreos, se viam sinais de felicidade e bons presságios, donzelas celestiais cantavam cheias de júbilo. Os servos de Shambho começaram a enfeitar seu Senhor. Seus cabelos formavam uma coroa e foram adornados com uma crista de serpentes. Como pingentes e braceletes tinha também serpentes; seu corpo foi coberto de cinzas e sobre as costas levava a pele de um leão. Em sua bela fronte brilhava a meia Lua, o rio Ganges na coroa de sua cabeça e o cordão sagrado estava formado por três olhos e uma serpente. Sua garganta estava negra com a marca do veneno que fora tragado no início da criação e levava uma guirlanda de crânios humanos em volta do pescoço. Embora vestido com seus misteriosos atavios, seguia sendo uma fonte de bênçãos e de profunda misericórdia. Um tridente e um damaru (pequeno tambor) adornavam suas mãos. Siva cavalgava um touro enquanto tocavam os instrumentos. As divindades femininas sorriam e diziam: “Não há no mundo todo uma noiva digna deste noivo.” Vishnu, Brahma e outros deuses se uniram ao cortejo do noivo em seus respectivos carros. Os imortais apresentavam um aspecto impecável e ainda assim, quase não eram dignos de estar na presença de Siva.

Vishnu chamou os guardas dos diferentes exércitos e sorrindo lhes falou: “Cada um com seu próprio séqüito deve marchar separadamente. A procissão não é digna do noivo. É como se estivessem passando por ridículo em uma cidade desconhecida.” Ao ouvir as palavras de Vishnu, os deuses sorriram e partiram cada um com seu grupo. O grande senhor Siva sorriu ao ver que o humor de Sri Rama (Vishnu) nunca falhava. Enquanto ouvia estes belos comentários de seu amigo, enviou Bhrnji para que chamasse seus servos. Ao chamado de Siva vieram todos e prostraram a cabeça aos seus pés de lótus. Siva riu ao ver seu exército vestido com roupas multicoloridas e avançando em toda classe de veículos. Alguns não tinham cabeça, enquanto que outros eram monstros de muitas cabeças, alguns não tinham pés nem mãos . Outros tinham numerosos olhos e outros não tinham nenhum.  Alguns eram fortes e bem formados enquanto que outros eram magérrimos. Alguns tinham corpos muito fracos e outros entretanto eram robustos; uns eram limpos e asseados enquanto outros eram sujos e mal trajados. Iam adornados de forma temível com caveiras nas mãos e besuntados com sangue fresco. Tinham cabeças de burros, cachorros, cervos, chacais, havia seres com olhos na barriga que andavam saltitando e a diversidade de seus adereços era incontável. Os grupos de espíritos,  duendes e fadas não se podia descrever.

  Os espíritos bailavam  e cantavam, tinham um aspecto fantástico, absurdo e falavam de uma forma bastante  peculiar. Agora o cortejo já estava bastante digno do noivo. Os que compunham a procissão animavam o ambiente com muitas diversões. De sua parte Himalaia ergueu um pavilhão indescritível. Todas as montanhas existentes no mundo e todos os bosques e florestas, mares, rios e lagos foram convidados por Himachan (segundo as escrituras hindus, cada parte da natureza, cada região, rio ou montanha, oceanos ou mares, está presidida por um espírito, o texto se refere a esta classe de espíritos). Capazes de assumir a forma que quisessem, adotavam belos corpos e chegavam na casa de Himachala com seus séqüitos e belas esposas. Ali se encontravam inclusos as imensas matas brasileiras e todos os seus habitantes legendários e nativos em pompas de incomparável beleza e esplendor! Todos entoavam canções de alegria pelo carinho que sentiam.

O rei da montanha havia mandado decorar com gosto várias casas, todos os convidados foram alojados nelas, cada um ocupando a que lhe correspondia segundo sua posição. O esplendor da cidade era tão cativante que depois de admira-la uma vez, a capacidade criadora do próprio Brahma parecia pequena demais. Pela magnitude de todos presentes ali as árvores e jardins, ruas, lagos e rios eram de inesquecível beleza. Cada casa estava decorada com arcos triunfais, bandeiras e estandartes. Os homens e mulheres da cidade eram tão agradáveis e inteligentes que chegavam a cativar os corações dos sábios. A cidade na qual tinha encarnado a mãe do universo superava qualquer descrição. A prosperidade, o êxito, aumentavam e se manifestavam de novas formas.

Quando ouviu o cortejo do noivo chegando, a cidade se sentiu comovida e parecia ainda mais bela. Um grupo de homens adornados e com veículos decorados de muitas formas se adiantou para receber o cortejo do noivo. Ao ver os imortais, seus corações se alegraram. E ainda se sentiram mais felizes ao ver Sri Rama (Vishnu). Mas ao ver a comitiva de Siva, todos os animais sobre os quais montavam, começaram a retroceder e fugir cheios de medo. As pessoas mais velhas raciocinavam e ficavam paradas no seu lugar, as crianças começavam a correr para salvar suas vidas. Quando chegavam em casa e seus pais lhe perguntavam, falavam com todo o corpo tremendo de medo: “Que podemos dizer? O aspecto não se pode descrever. Não sabemos se era o cortejo do noivo ou o exército da morte! O noivo é um que cavalga um touro e seus ornamentos são serpentes, caveiras e cinzas do crematório. Seu corpo está coberto por tais cinzas e enfeitado com serpentes e caveiras. Está desnudo, seu cabelo é emaranhado e o seu aspecto é terrível. Vai acompanhado de fantasmas, espíritos maus, duendes, fadas e demônios de rostos espantosos. Aquele que sobrevive ao ver o cortejo do noivo é um homem muito afortunado e só ele será testemunha do casamento de Uma.” Isto diziam as crianças indo de casa em casa. Os pais sorriam, pois sabiam que falavam do séqüito de Siva. Tranqüilizavam seus filhos e lhes diziam: “Não temam, não há razão para ter medo.”

O grupo que havia saído para receber o noivo e seu cortejo regressou e ofereceu belos alojamentos para todos os convidados. Mena (mãe de Parvati) acendeu tochas de bons auspícios (dhup, feitas de resinas aromáticas) para iluminar o noivo e as mulheres que a acompanhavam cantavam melodias de júbilo. Uma bandeja de ouro adornava as belas mãos de Mena e esta recebeu o Senhor Hara cheia de alegria. Quando viram Rudra com seu aspecto temível, as mulheres ficaram com muito medo. Fugiram cheias de pânico e entravam em suas casas, enquanto que o Senhor Siva se dirigia aos alojamentos do cortejo nupcial. Mena se sentia triste e mandou chamar Parvati. Com grande carinho a fez sentar em seu regaço; as lágrimas brotaram em seus olhos que pareciam dois lótus azuis. “E pensar que o Criador te fez tão bela e foi tão louco de dar-te um homem tão lunático por esposo! Que estranho que o Criador que te fez tão charmosa tenha te dado um homem tão louco por esposo! A fruta que deveria enfeitar a árvore que satisfaz os desejos se vê irremediavelmente em uma planta espinhosa. Tomando-te em meus braços preferiria cair de cima de uma montanha, ou atirar-me nas chamas ou afogar-me no mar. Que minha casa fique destruída e eu seja mal considerada no mundo, tudo menos deixar que tu te cases com este louco enquanto eu esteja viva.”

 

  Todas as donzelas ali reunidas sentiram-se aflitas ao verem tão triste a esposa de Himachala. Recordando o carinho de sua filha, se lamentava, chorava e exclamava assim: “Que mal fiz a Narada para que tenha arruinado assim minha casa e aconselhado de tal forma a Uma que esta teve de sofrer penitências para conseguir um marido louco? Na realidade o sábio Narada desconhece a paixão e o carinho; não tem riqueza, casa nem esposa e permanece indiferente perante tudo. Por isto se dedica a destruir a casa dos outros. Ele não tem vergonha nem temor. Que sabe uma mulher estéril das dores do parto?” Ao ver  sua mãe tão triste, Bhavani lhe falou com doçura e prudência dizendo: “O que a providência planejou não se pode alterar. Compreende isto e não fique preocupada, mãe. Se meu destino é ter um esposo louco, para que vamos culpar alguém? Podes culpar a lei da providência? Assim pois, não te lamentes desnecessariamente. Não te culpes de nada, cesse de queixar-te, este não é o momento para lamentos. Aonde quer que eu vá devo recolher toda a alegria e tristeza que me forem destinadas.” Ao ouvir a suavidade e coerência das palavras de Uma, todas as mulheres se entristeceram. Culpavam o Criador com vários argumentos e caíam lágrimas de seus olhos.

  Ao interar-se deste fato, Himachala se dirigiu para casa acompanhado de Narada e dos Sete Sábios. Narada tranqüilizou a todos, contando a vida passada de Uma e disse: “Mena, escuta minhas palavras de verdade. Tua filha não é outra senão Bhavani (a eterna companheira de Siva), Mãe do universo. Ela é a divina energia imperecível e não criada, que não tem princípio. Ela é a metade inseparável de Shambho. Ela cria, sustenta e destrói o universo e toma o aspecto de uma forma material segundo seu desejo. Primeiro nasceu na casa de Daksha; seu nome era Sati e sua forma bela. Nessa encarnação Sati também se casou com Siva. A história é bem conhecida em todo mundo. Um dia quando regressava para casa com Shamkara, viu Sri Rama que é como o Sol para a dinastia de lótus dos Raghus. Maravilhada por seu olhar, não escutou os conselhos de Siva e se enganou ao querer disfarçar-se de Sita (esposa de Sri Rama). Shamkara a repudiou porque Lhe havia ofendido fazendo-se passar por Sita. Uma vez separada de Hara, foi presenciar o fogo sacrificial (Yaguia) preparado por seu pai e se consumiu no fogo gerado por seus poderes yoguis. Agora, voltou a nascer em tua casa e passou por grandes sofrimentos para ganhar o favor de seu senhor. Assim, pois não duvides mais; Guiridja, tua filha, é a eterna bem amada de Shamkara.”

 

Ao ouvir o relato de Narada, a tristeza desapareceu de seus corações. Num instante estas novas se divulgaram por toda cidade. Logo Mena e Himavan se regozijaram e se prostraram aos pés de Parvati repetidas vezes. Todos os cidadãos, homens, mulheres e crianças, tanto os jovens quanto os anciãos se sentiam felizes. Começou a se ouvir canções de festa, colocaram potes de ouro por todas as partes.  Preparou-se uma infinidade pratos diferentes de acordo as leis gastronômicas. Himachala chamou todos os membros da comitiva do noivo, incluindo Vishnu, Brahma e outros deuses. Os cozinheiros convidados começaram a lhes servir. Ao ver os deuses comendo, grupos de mulheres começaram a rodear-lhes, cantando suaves melodias.

Belas mulheres lhes cantavam doces melodias e lhes provocavam de diversas formas. Os deuses se divertiam muito escutando-as e o banquete durou muito tempo. A alegria presente na cena não pode ser descrita nem por milhões de línguas! Depois de lavar a boca com água no final da cena, os deuses receberam folhas de noz moscada e regressaram aos seus alojamentos.

  Os Sete Sábios chamaram Himavan e leram as anotações onde estava escrita a hora fixada para o casamento; vendo que havia chegado este momento, Himavan mandou chamar os deuses. Himachal preparou um bom lugar para cada um dos deuses. Levantou um altar seguindo o ritual dos Vedas e as mulheres entoavam belos cânticos sagrados e mantras. Sobre o altar se colocou um charmoso e divino trono com um par de leões nos braços; havendo sido obra do próprio criador, este trono superava toda imaginação. Inclinando a cabeça perante os brahmins e recordando seu mestre Vishnu, Siva tomou acento no trono.

Neste momento, para a grande surpresa dos convidados ali presentes, os adornos de Siva e de sua comitiva se transformaram de súbito nas mais requintadas e belas obras ornamentais do universo, a cinza de seu corpo cedeu lugar ao traje mais belo e garboso de todos. O aspecto temível dos seus atendentes se transformou em feições divinas e de beleza insuperável, emitiam uma fragrância inebriante que colocou todos em puro êxtase, eram muito belos e alguns deles pairavam nas alturas com seus renovados aspectos, derramando chuvas de flores jamais vistas, vindas das regiões celestiais, muitas de pétalas iridescentes e com transparências e perfumes encantadores. Os sons que emitiam eram uma vibração indizível e o ambiente se encheu do mais requintado esplendor que o universo foi capaz de presenciar!

Então os sábios foram buscar Uma que vinha acompanhada de suas donzelas e ricamente trajada. Todos os deuses ficaram extasiados ante sua beleza. Que poeta seria capaz de descrever tanta harmonia? Reconhecendo nela a mãe do universo e esposa de Siva, as divindades se prostraram mentalmente perante a Deusa. A perfeição e a beleza de Bhavani não podia ser enaltecida nem por milhões de vozes. A Mãe Bhavani, caminhou até o centro do pavilhão circular onde estava Siva. Por sua timidez, não podia olhar os pés de lótus de Seu Senhor, ainda que Seu coração permanecesse fixo neles como uma abelha. Seguindo as instruções dos sábios, Shambho e Bhavani ofereceram honras divinas ao Senhor Ganesha (filho de Siva e Parvati). Que ninguém se admire disto pois os deuses são eternos e existem desde sempre.

Os grandes sábios celebraram a cerimônia com todos os detalhes como está assinalado nos Vedas. Colhendo a erva sagrada e tomando a noiva pela mão, o rei da montanha Himalaia a ofereceu para Bhava (Siva) sabendo que ela é sua eterna companheira. Quando o grande Senhor Siva tomou a mão da noiva, os grandes deuses se alegraram em extremo. Os sábios cantavam as fórmulas védicas (mantras), enquanto os deuses exclamavam: “JAYA SHAMKARA, JAYA SHAMKARA...” Querendo dizer; toda vitória a Shamkara! Ouviam-se instrumentos de todos os tipos e do céu caiam infinitas variedades de flores. Assim foi concluído o casamento de Hara e Guiridja. Grande regozijo reinava em todo universo. Hare Krsna!

         

Tantra – Mantra  Yantra

 

Mantras para Puja

 

Vakratunda  mahaakaya

Suryakotisamaprabha

Nirvighnam kuru me deva

Sarvakararyeshu sarvadaa

 

Guru Brahma  Guru Visnu

Gurudevo Mahasvarah

Guru saaksat param  Brahma

Tasmai Sri  Gurave  Namah

 

Om asato maa sadgamaya

Tamaso maa jyortir gamaya

Mrityor maaa amrtam gamaya

Om shantih  shantih shantih

 

Bhahma gayatri

Om hrim brahmaya namah

 

Shiva gayatri

Om mahadevaya  vidmahe mahadevaya dhimahi tanno shivaya  pracodayat

 

 

 

Krsna gayatri

Om hrim shrim klim krsnaya  govindaya gopijana-valabaya swaha

 

Sri Saraswati Ma  gayatri

Maha  devyai ca vidmahe Brahma  pathnai ca dhimahe tanno Vani prachodayat

 

Saraswati namasthubhyam varadhe  kama roopini

Vidhya arambham karishyami sidhir  bhavatu me sadhaa

 

Sri Laskmi Ma gayatri

Maha devyai ca vidhimahe visnu pathnai ca dhemahi tanno laskmi prachodayat

 

Namastesthu  mahamayee sreepeete surapujite

Sankha chakra gadhaa hasthe mahalaskmi namo sthute

 

Sri Parvati Ma gayatri

Maha Devyai ca vidhmahe  rudra pathanai ca dhimahe

Tanno Gouri prachodayat

 

Vande  maatharam ambikaam bhagavatheem vaani ramaa sevitham

Kalyaaneem kamaneeya kalpa lathikaam kailaasa natha priyam

Vedhanta prati bhaasamana vibhavaam vidhvam manoranjaneem

Sree chakra- anghita ratna peeta nilayaam Sri raja rajeswareem

 

Sri Durga Ma gayatri

 

Kaathyayanaya  vidhimahe kanyakumari dhimahe tanno dhurgih prachodayah

 

Sarva mangala mangalye  sive sarvatha  sadhake

Saranye  tryambake devi narayani namo sthute

 

Sri Nagaraja ( Siva)

 

Nagaraja namaste sthu

Haraharayitha dehine

Hara me sakalam rogam

Dada me sath pragam drisam

 

 

Sri Ganesha gayatri

 

Tat  purushaya vidhimahe

Vakratundaya dhimahe tanno  dhandi prachodayat

 

Gajananam  botha ganaadhi sevitahm

Kapita jambo phala sara  bhakshitam

Umaa  sutham soka  vinaasa karanam

Namami  vignesvara  padha pankajam

 

Sri Hanumam gayatri

Tat  purushaya  vidhimahe  vayu putraya  dhimahe  tanno hanumat  prochodayat

Manojavam  marutha thulya  vegan jitendryaam budhimatham varistham

Vatha thamajam vanara yodha mukhyam sree ramaa dhotam sirasa  namami

 

Purificação das flores

 

Om puspe puspe maha puspe

Puspa  sambhave puspe ca

Yavakirne  ca  hum plat swaha

 

Invocar o Ganges para obter água sagrada

 

Om ganga caiva godavari Eva ca....

 

 

Para o banho das deidades e devas.

 

Oferecimento de leite

om  payah  prithivyam paya osadhisu payo divyantarikse

payodha pasyasvti pradisah santu mahyam

 

 

Oferecimento de yogurte

 

om dahi  kravno akarisam  visnor asvasya  vijanah

surabhino mukhakarat prana ayumsi tarisat

 

Oferecimento de ghee

 

Om  ghrtam ghrta pavanah pibata vasam vasa pavanah

Pibatantanrisksaya havir asi swaha disah pradisah adiso

Vidisa udiso digbhyah swaha

 

 

Oferecimento de Mel

 

Om madhu vata rtayate  madhu ksaranti sindhavo madhvir

Nah santah osadhir madhu naktam utosaso madhuma

Parthivam rajah madhu dyaur astu nah pita madhumam no

Vanaspatir  madhumam  astu suryo madvir gavo bhavantu

Nah om madhu om madhu om madhu

 

Oferecimento de água doce

 

Om apam rasam udvayam surye samahitam

Apam rasaya yo rasas yo grhnamy uttamipayama

Grhito sindraya justam grhnamy esa te indraya te justatamam.

 

 

Adoracao a Siva linga

 

Atma lingam  bhajorey tai  abhutha

Lingam bhajorey

Naga lingam navamani lingam

Nabhi kamala udhava lingam

Isvara lingam bhajorey parthesvara

Lingam bhajorey

 

Lingo bhavakara lingesvara

Parthesvara  mam pahi prabhu

Pahi prabhu mam dehi vibho

 

Shiva linga mangala linga

Ganga gouri linga

Shiva linga mangala linga

Mandara mala linga

Nandisvara rama linga

sre  gangadhari linga

shivaratri atma linga

 

Mantra para  Gopesvara Mahadeva( Siva como Gopi)

 

Vrindavanavani – patê  jaya soma soma maule

Sanaka sanandana sanatana naradeya

Gopisvara! Vraja vilasi yugangri padme

Prema prayacha nurupadhu namo namaste.

 

 

 

Mantra maha mrityunjaya- para vencer a morte

 

Om triambakam  yajamahe

Sugandhim pushtivardhanam

Urvarukamiva bandhanaa

Mrtyormuksheeya  maamrtaat

 

reverencias  aos planetas- navagriha

 

aadhithyaya ca samaya mangalaya bhudhaya ca

guru sukra sanibhyascha raahave, kethave namaha.

 

 

OS 108 NOMES DE SIVA

OM SIVAYA NAMAHA


OM MAHESVARAYA NAMAHA


OM SAMBHAVE NAMAHA


OM PINAKINE NAMAHA


OM SASISEKHARAYA NAMAHA


OM VAMADEVAYA NAMAHA


OM VIRUPAKSAYA NAMAHA


OM KAPARDINE NAMAHA


OM NILALOHITAYA NAMAHA


OM SANKARAYA NAMAHA


OM SULAPANAYE NAMAHA


OM KHATVANGINE NAMAHA


OM VISNUBALLABHAYA NAMAHA


OM SIPIVISTAYA NAMAHA


OM AMBIKANANTHAYA NAMAHA


OM SRIKANTHAYA NAMAHA


OM BHAKTAVATSALAYA NAMAHA


OM BHAVAYA NAMAHA


OM SARVAYA NAMAHA


OM TRILOKESAYA NAMAHA


OM SIVAPRIYAYA NAMAHA


OM SIVAPRIYAYA NAMAHA


OM UGRAYA NAMAHA


OM KAPALINE NAMAHA


OM KAMARAYE NAMAHA


OM ANDHAKASURASUDANAYA NAMAHA


OM GANGADHARAYA NAMAHA


OM LALATAKSAYA NAMAHA


OM KALAKALAYA NAMAHA


OM KRPANIDHAYE NAMAHA


OM BHIMAYA NAMAHA


OM PARASUHASTAYA NAMAHA


OM MRGAPANAYE NAMAHA


OM JATADHARAYA NAMAHA


OM KAILASAVASINE NAMAHA


OM KAVACINE NAMAHA


OM KATHORAYA NAMAHA


OM TRIPURANTAKAYA NAMAHA


OM VRSANKAYA NAMAHA


OM VRSABHARUDHAYA NAMAHA


OM BHASMODDHULITAVIGRAHAYA NAMAHA


OM SAMAPRIYAYA NAMAHA


OM SVARAMAYAYA NAMAHA


OM TRAYIMURTAYE NAMAHA


OM ANISVARAYA NAMAHA


OM SARVAJNAYA NAMAHA


OM PARAMATMANE NAMAHA


OM SOMASURYAGNILOCANAYA NAMAHA


OM HAVISE NAMAHA


OM YAJNAMAYAYA NAMAHA


OM SOMAYA NAMAHA


OM PANCAVAKTRAYA NAMAHA


OM SADASIVAYA NAMAHA


OM VISVESVARAYA NAMAHA


OM VIRABHADRAYA NAMAHA


OM GANANATHAYA NAMAHA


OM PRAJAPATAYE NAMAHA


OM HIRANYARETASE NAMAHA


OM DURDHARSAYA NAMAHA


OM GIRISAYA NAMAHA


OM GIRISAYA NAMAHA


OM ANAGHAYA NAMAHA


OM BUJANGABHUSANAYA NAMAHA


OM BHARGAYA NAMAHA


OM GIRIDHANVANE NAMAHA


OM GIRIPRIYAYA NAMAHA


OM KRTTIVASASE NAMAHA


OM PURARATAYE NAMAHA


OM BHAGAVATE NAMAHA


OM PRANATHADHIPAYA NAMAHA


OM MRTYUNJAYAYA NAMAHA


OM SUKSMATANAVE NAMAHA


OM JAGADVYAPINE NAMAHA


OM JAGADGURAVE NAMAHA


OM VYOMAKESAYA NAMAHA


OM MAHASENAJANAKAYA NAMAHA


OM CARUVIKRAMAYA NAMAHA


OM RUDRAYA NAMAHA


OM BHUTAPATAYE NAMAHA


OM STHANAVE NAMAHA


OM AHIRBUDHNYAYA NAMAHA


OM DIGAMABARAYA NAMAHA


OM ASTAMURTAYE NAMAHA


OM ANEKATMANE NAMAHA


OM SATVIAKAYA NAMAHA


OM SUDDHAVIGRAHAYA NAMAHA


OM SASVATAYA NAMAHA


OM KHANDAPARASAVE NAMAHA


OM AJAYA NAMAHA


OM PAPAVIMOCAKAYA NAMAHA


OM MRDAYA NAMAHA


OM PASUPATAYE NAMAHA


OM DEVAYA NAMAHA


OM MAHADEVAYA NAMAHA


OM AVYAYAYA NAMAHA


OM HARAYE NAMAHA


OM PUSADANTABHIDE NAMAHA


OM AVYAGRAYA NAMAHA


OM DAKSADHVARAHARAYA NAMAHA


OM HARAYA NAMAHA


OM BHAGANETRABHIDE NAMAHA


OM AVYAKTAYA NAMAHA


OM SAHASRAKSAYA NAMAHA


OM SAHASRAPADE NAMAHA


OM APAVARGAPRADAYA NAMAHA


OM ANANTAYA NAMAHA


OM TARAKAYA NAMAHA


OM PARAMESVARAYA NAMAHA

 

 

               

 

 

 

AS TRÊS GRANDES ONDAS DE SRI CAITANYA MAHAPRABHU NO BRASIL

(História do Movimento Hare Krsna no Brasil - por Vyasa Dasa)

Relato Histórico do Inicio do Vaisnavismo no Brasil em 1973, com A.C. Bhktivendanta Swami Prabhupada, e os demais momentos importantes que se seguiram com a continuidade evolutiva do Estabelecimento de Grandes Acaryas Vaisnavas, sendo Srila Sridhara Maharaja a partir de 1.980 e atualmente Srila Narayana Maharaja.

 

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